AVALIAÇÃO DO ELISA-WB123 PARA DIAGNÓSTICO DA FILARIOSE LINFÁTICA EM ÁREA ENDÊMICA DO BRASIL
PAULA FERNANDA ALCÂNTARA DE SOUZA MELO 2,1, MARIA AMÉLIA MACIEL2,1, EDUARDO BRANDÃO2,1, GEORGE TADEU NUNES DINIZ2,1, MARIA ALMERICE LOPES DA SILVA2,1, MARIA ROSÂNGELA GRILIS OLIVEIRA2,1, JOSUE ARAUJO2,1, AMANDA FERNANDES2,1, ABRAHAM CÉSAR DE BRITO ROCHA2,1
1. PPGMT-UFPE - Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade Federal de Pernambuco, 2. IAM/SRNF - FIOCRUZ - Instituto Aggeu Magalhães, Departamento de Parasitologia / Serviço de Referência Nacional em Filarioses – Fundação Oswaldo Cruz , 3. HOF-SES/PE - Laboratório do Hospital Otávio de Freitas, Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, 4. IAM/NESC - FIOCRUZ - Instituto Aggeu Magalhães, Núcleo de Saúde Coletiva – Fundação Oswaldo Cruz.
PAUNANDA@GMAIL.COM

Introdução: A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a investigação para Filariose Linfática (FL) nas áreas endêmicas que aderiram ao Plano Global de Eliminação da Filariose Linfática (PGEFL) através da detecção de antígenos circulantes filariais (ACF). Porém, essa abordagem falha no reconhecimento precoce da infecção. Diante dessa limitação, ensaios baseados em anticorpos para larvas (L 3 ) podem ser mais adequados, pois esses anticorpos são detectáveis de forma mais precoce que a presença de ACF. Nessa perspectiva uma nova proteína recombinante obtido de larvas infectantes (L 3 ) de Wuchereria bancrofti, “ Wb123", foi utilizada para produção do “Filarial Detect TM IgG4 ELISA System” (ELISA-Wb123). Este teste, até o momento utilizado só para pesquisa, é capaz de detectar a exposição à larva infectante. O fabricante não estabelece um cutoff padrão para o teste e recomenda que nos países endêmicos onde o mesmo for aplicado, seja estabelecido um cutoff, com amostras da região, conferindo maior precisão aos resultados. Objetivo : Determinar o cutoff e avaliar a acurácia do teste ELISA-Wb123 em amostras provenientes de áreas endêmicas do Brasil. Desenho de estudo: Avaliação de teste de diagnóstico. Métodos: Foi construída uma curva ROC (Receiver Operator Characteristic) para definir o status de infecção através da determinação do ponto de corte, como também para determinar a sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivos (VPP) e negativos (VPN) e área abaixo da curva a qual representa a acurácia das predições. Para a análise da curva ROC foram selecionadas 256 amostras sorológicas que incluíram 79 microfilarêmicos e 177 não infectados para W. bancrofti. Resultado: Após análise da curva ROC, AUC e outras medidas de precisão, o ponto de corte da Densidade ótica (DO) ELISA-Wb123 foi 0,239, sensibilidade de 81,0% e especificidade de 96,6%, VPP de 91,4% e VPN de 91,9%. E uma razão de verossimilhança positiva (LR+) de 23,90, ou seja, 23 vezes mais chances dentre os positivos serem identificados pelo teste Wb123. Conclusão: Pela primeira vez, o “Filarial Detect TM IgG4 ELISA System” (ELISA-Wb123) foi utilizado no Brasil e sua avaliação foi satisfatória na identificação de indivíduos portadores e não portadores de FL. Mais estudos devem ser feitos para validação desse teste no monitoramento dessa endemia em áreas sobre avaliação da transmissão. Insitituição de Fomento: Coordenação dos Laboratórios de Referência VPPLR-15-2-2-30



Palavras-chaves:  diagnóstico, filariose, ELISA-Wb123