AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA IN VITRO DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DE Tarenaya spinosa FRENTE A AGENTES DA ASPERGILOSE, DA CANDIDÍASE E DA CROMOBLASTOMICOSE.
ANA INDYGRIANI RODRIGUES 1,2, MARIA GABRIELA ARAÚJO MENDES1,2, RENATA PEREIRA NOLÊTO1,2, ANDRESSA MARIA AGUIAR DE CARVALHO1,2, JOSÉ JOÃO DIAS NETO1,2, KÁRITTA RAQUEL LUSTOZA DA COSTA1,2, TATIANE CAROLINE DABOIT1,2
1. UFPI - Universidade Federal do Piauí, 2. GEAMICOL - Grupo de Estudos Avançados em Micologia Médica
indygriani@gmail.com

Os extratos provenientes de plantas são importantes fontes de fármacos. T arenaya spinosa (Jacq.) Raf. , o “m ussambê”, apresentou diversas atividades biológicas, dentre elas anti-inflamatória, anti-helmíntica e antimicrobiana. A aspergilose, a candidíase e a cromoblastomicose são responsáveis por agravos à saúde humana. Tem-se observado um aumento na incidência das infecções fúngicas e de isolados resistentes aos antifúngicos utilizados na terapia. Diante desse panorama, faz-se necessária a busca por novas alternativas terapêuticas. Este trabalho objetivou avaliar o potencial antifúngico do extrato hidroalcoólico de T. spinosa frente a isolados fúngicos causadores da aspergilose, candidíase e cromoblastomicose. Inicialmente, foi realizada a obtenção do extrato das folhas de T. spinosa . O material vegetal foi desidratado em estufa a 40 ºC, triturado em moinho de facas e adicionada uma mistura de etanol:água na proporção 1:1. Após, o material foi colocado em um agitador mecânico por 24 horas, filtrado em filtro de 0,45µm e colocado no centrivap para evaporar o solvente. O teste de susceptibilidade para determinação da concentração inibitória mínima (CIM) se deu através da técnica de microdiluição em caldo, conforme preconizam os documentos M27-A3 e M38-A2 do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). As amostras fúngicas usadas são oriundas da micoteca do Grupo de Estudos Avançados em Micologia Médica (GEAMICOL), CMRV/UFPI. O itraconazol foi utilizado como fármaco padrão. O extrato hidroalcoólico de T. spinosa não apresentou atividade antifúngica contra Aspergillus fumigatus ATCC 13073, mesmo na mais alta concentração utilizada (2500 µg/mL). Candida krusei ATCC 6258 mostrou-se sensível à ação do extrato hidroalcoólico (CIM= 625 µg/mL). Cladophialophora carrionii 768 e Fonsecaea pedrosoi ATCC 46422 também foram inibidos, porém na maior concentração (CIM= 2500 µg/mL). Os mecanismos envolvidos na atividade do extrato frente aos isolados fúngicos ainda não foram elucidados. Contudo, a presença de metabólitos, tais como taninos, flavanóides, fenóis, saponinas, terpenoides e cumarinas, em sua composição podem justificar a atividade por ele demonstrado. O extrato hidroalcoólico de T. spinosa apresentou atividade frente a três dos isolados testados. Esse extrato deve ser mais estudado a fim de se identificar os compostos responsáveis por essa atividade, para que no futuro venha a ser empregado no tratamento de micoses como a candidíase e a cromoblastomicose.



Palavras-chaves:  Candida krusei, Cladophialophora carrionii, Fonsecaea pedrosoi, Micoses, Mussambê