INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR ESQUISTOSSOMOSE NO ESTADO DE PERNAMBUCO NO PERÍODO DE 2010 A 2017
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A esquistossomose é uma doença parasitária, causada pelo verme Schistossoma mansoni. A fase inicial da doença, em geral, é assintomática. Entretanto, se não tratada a infecção inicial pode evoluir para formas clínicas graves, podendo chegar ao óbito. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que a mesma acomete cerca de duzentos milhões de pessoas em todo o mundo, destacando o Brasil como o país que apresenta altas prevalências e expansão de ocorrência desta parasitose. Pernambuco aparece entre os estados com maior grau de endemicidade para a esquistossomose, o que pressupõe gastos em relação a doença. O estudo tem como objetivo demonstrar o perfil das internações e os valores dos serviços hospitalares referentes a esquistossomose no estado de Pernambuco. Foi desenvolvido um estudo descritivo, com dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), disponíveis no DATASUS, relativo à esquistossomose, nos anos 2010 a 2017. Para analisar os dados foi utilizado o Programa Microsoft Office Excel. No período pesquisado houveram 397 Autorizações de Internação Hospitalar (AIH), dos quais 196(49,4%) eram do sexo feminino e 201(50,6%) masculino, o grupo etário de 50 a 79 anos corresponde a 55,66% da demanda. Durante os anos pesquisados o valor total de recursos financeiros gasto foi de R$136.378,19. A média anual foi R$17.047,27(± R$2.020,00). Os casos mais graves da doença e que requerem uma assistência hospitalar especializada, são caracterizados pelo aumento do volume do abdômen, conhecido popularmente como barriga d’água ou outras condições menos frequentes como hipertensão pulmonar grave e paralisia de membros inferiores. Se comparado com os dados do país, Pernambuco corresponde a 24% dos casos de internamento. Frente aos dados apresentados, e em detrimento ao número de casos e valor gasto, observa-se a gravidade da doença, se fazendo necessário o fortalecimento de ações intersetoriais e no âmbito da atenção básica. Uma vez que internações e óbitos por uma doença parasitária, negligenciada, prevenível e sensível à atenção primária devem ser consideradas como expressão de iniquidade tanto nas ações de saúde como de iniquidade social. |