PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM HANSENÍASE DE UMA REGIONAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO, 2013 A 2017
REBECA LARISSA NEPOMUCENO TORRES 1, DANIELA BARBOSA DE LIMA NASCIMENTO 1, RAYSSA GYSELE TEIXEIRA DA SILVA1, MARIA LARA COSTA MANSO1, GIVANILSON DA SILVA COSTA1, SABRYNA KELLY BEZERRA DA SILVA ARÁUJO1, MARIANA QUITÉRIA DE MORAIS SILVA1, ELINE FERREIRA MENDONÇA1
1. ASCES/UNITA - Centro Universitário Tabosa de Almeida
rebecatorres4004@gmail.com

A hanseníase é uma doença crônica, que se manifesta por sinais e sintomas dermatoneurológicos e costuma afetar pessoas com condições socioeconômicas menos favorecidas, sendo considerada uma doença negligenciada. O estado de Pernambuco tem índices preocupantes da enfermidade, ocupando a terceira colocação em números de casos no Brasil. Este trabalho tem como propósito apresentar uma análise epidemiológica dos casos de hanseníase de uma regional de saúde de Pernambuco. Trata-se de um estudo descritivo, transversal e retrospectivo. Os dados utilizados são provenientes da base de dados de hanseníase do Sistema de Informação de Agravo de Notificação (SINAN) da regional. A análise dos dados foi feita pelo Microsoft Office Excel considerando os anos 2013 a 2017 e as variáveis: ano de notificação, data de nascimento, sexo, escolaridade e classificação operacional. Nos anos pesquisados foram registrados 828 casos, dos quais 394 (47,6%) são do sexo feminino e 434 (52,4%) do sexo masculino, e dentre esse total de ambos os sexos 223 (26,9%) tinham mais de 60 anos, a média de escolaridade foi 4 anos de estudo, e quanto a classificação operacional, 622 (75,12%) casos foram Multibacilares (MB). Considerando os resultados pontuados, as variáveis de sexo apontam para uma maior quantidade de casos do público masculino, isso pode ser explicado pelas dimensões culturais dos pacientes, que pressupõe a não necessidade do cuidado do homem. A prevalência de casos MB, revela-se importante considerando que o portador multibacilar está associado a uma chance nove vezes maior em desenvolver algum grau de incapacidade física. Isso gera preocupação em relação a esses dados, pois os pacientes multibacilares são a principal fonte de infecção da doença. O baixo nível de escolaridade entre os notificados, associado com a faixa etária são condicionantes para atitudes como: pouca autopercepção corporal e associação das manchas tegumentares a outras doenças, o que pode levar a um diagnóstico tardio, e logo, com o grau incapacidade elevado. Frente ao exposto, é notória a importância da compreensão do perfil epidemiológico dos pacientes com hanseníase, para a construção de estratégias direcionadas para esse grupo, buscando identificar associações entre aspectos demográficos, culturais e suas influências sobre o processo de doença. Visando assim, políticas públicas que atendam às necessidades dos pacientes e fortalecendo as atividades de prevenção de agravos e promoção da saúde da população.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Hanseníase, Saúde Pública