PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E LABORATORIAL DOS CASOS DE CHIKUNGUNYA ATENDIDOS NA I GERÊNCIA REGIONAL DE SAÚDE DO ESTADO DE PERNAMBUCO NO PERÍODO DE 2016 A 2017
SEVERINO JEFFERSON RIBEIRO DA SILVA1, POLLYANA RODRIGUES DINIZ 1, MARIA EDUARDA DA SILVA DIAS1, EMILY NARA ALVES DOS REIS1, AMANDA KARLA ALVES GOMES E SILVA1, JACILANE BEZERRA DA SILVA 1, DIEGO GUERRA DE ALBUQUERQUE CABRAL1, JURANDY JÚNIOR FERRAZ DE MAGALHÃES1
1. FIOCRUZ PERNAMBUCO - Instituto Aggeu Magalhães - Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco, 2. UPE - Universidade de Pernambuco – Campus Serra Talhada, 3. LACEN/PE - Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Milton Bezerra Sobral
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O vírus Chikungunya (CHIKV) é um arbovírus pertencente ao gênero Alphavirus e à família Togaviridae, responsável por causar uma doença febril que geralmente está associada à erupção cutânea e artralgia severa. A infecção pelo CHIKV ainda é subestimada e normalmente está associada a sintomas clínicos que se sobrepõem aos sintomas provocados em infecções causadas pelo vírus da dengue. Em meados de 2014, foram registrados os primeiros casos de CHIKV no Brasil e desde então a doença se tornou endêmica. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo descrever o perfil epidemiológico e laboratorial dos casos de Chikungunya de pacientes atendidos nos municípios que compõe a I Gerência Regional de Saúde do Estado de Pernambuco, no período de 2016 a 2017. Trata-se de um estudo transversal descritivo, onde foi utilizada a base de dados do Gerenciador de Ambiente laboratorial (GAL) e do Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Milton Bezerra Sobral (LACEN/PE). Como critério elegível, considerou o resultado do diagnóstico de todos os indivíduos que foram atendidos em algum dos municípios que compõe a I Gerência Regional de Saúde do Estado de Pernambuco. Foram excluídos do estudo, os casos que apresentaram o resultado do diagnóstico como indeterminado ou inconclusivo. Entre os anos de 2016 e 2017, foram reportados 8.045 casos suspeitos de chikungunya, sendo 51,27% (n=4.125) confirmados laboratorialmente. Do total de casos confirmados, 91,80% (n=3.787) foram confirmados através do método sorológico (IgM e IgG) e 8,19% (n=338) foram confirmados através da RT-qPCR. Quanto ao sexo, 69,52% (n=2.868) dos casos confirmados eram do sexo feminino e 27,49% (n=1.134) do sexo masculino, com 7 casos com sexo ignorado. Houve maior número de casos confirmados na faixa etária de 50 a 65 anos, com respectivamente, 25,43% (n=1.049), seguida da faixa etária de 35 a 49 anos, com 21,28% (n=878) e da faixa etária de 20 a 34 anos com 16,94% (n=699). Houve uma redução no número de casos reportados no estado de Pernambuco em 2017 quando comparado ao ano de 2016. No último ano, observou-se uma redução considerada no número de casos reportados e confirmados de todas as arboviroses circulantes no Brasil, incluindo chikungunya, dengue e zika. Esse cenário pode estar ligado a inúmeros fatores, tais como o a implementação de medidas de combate ao vetor, melhorias no serviço de saúde, capacitação de profissionais de saúde e na própria conscientização da população à cerca do assunto.



Palavras-chaves:  arbovirose, CHIKV, diagnóstico, epidemiologia, saúde pública