PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E LABORATORIAL DOS CASOS DE INFECÇÃO POR CHIKUNGUNYA ATENDIDOS NA XI GERÊNCIA REGIONAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO |
O Chikungunya (CHIKV) é um vírus de RNA da família Togaviridae do gênero Alphavirus , tendo como principais vetores os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Sendo assim, existem três tipos principais de testes de laboratório que são utilizados para diagnosticar CHIKV: isolamento do vírus, Transcrição Reversa seguida de Reação em Cadeia da Polimerase (RT-PCR) e a pesquisa de anticorpos no soro. O presente estudo tem como objetivo investigar o perfil dos casos notificados de CHIKV na XI Gerência Regional de Saúde de Pernambuco no período de 2016 a 2017. Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo quantitativo, onde os dados dos resultados laboratoriais foram adquiridos através de consulta no Gerenciador de Ambiente laboratorial (GAL) usado pelo Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Milton Bezerra Sobral (LACEN/PE) e analisados pelo Programa Excel® 2013 para geração dos resultados. Como critério elegível, considerou-se os indivíduos residentes nos municípios pertencentes à XI GERES que possuíam quadro clínico compatível para CHIKV. Foram excluídos do estudo os casos descartados ou inconclusivos em investigação. Em 2016, foram detectados 1141 casos suspeitos para Chikungunya na região abordada, dentre os quais 71,7% (n=818) foram confirmados laboratorialmente, desse valor, 9,8% (n=80) pertenciam ao município de Serra Talhada. Quanto ao sexo, 75% (n= 614) dos casos confirmados eram do sexo feminino e 25% (n= 204) do sexo masculino. Já em 2017, foram 46 casos notificados e 6 casos confirmados laboratorialmente, dos quais 33,3% (n=2) eram do município de Serra Talhada. Neste mesmo ano, as mulheres representaram um quantitativo de 67,4% (n=31) das amostras analisadas, sendo desses 16,1% (n=5) de amostras reagentes; dentre os homens que totalizaram 32,6%(n=15), 6,7% (n=1) dos casos foram confirmados. Quanto ao período, de janeiro a março foram detectados 77,4% (n=633) dos casos reagentes em 2016 e 33,3% (n=2) em 2017. Diante disso, evidenciou-se uma diminuição da quantidade de casos confirmados. Tal variação pode estar relacionada com o desenvolvimento de políticas de prevenção contra o CHIKV, além da sazonalidade de sua transmissão e do empenho da sociedade na busca pela eliminação da proliferação do mosquito. Porém, mesmo a quantidade registrada de casos tenha diminuído, se sabe que não existindo posturas preventivas contínuas, tais números podem voltar a crescer. |