AVALIAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE CELULAR EM CÃES FRENTE A UMA NOVA PROTEÍNA (Q5) DE Leishmania infantum |
O cão é considerado o reservatório de importância epidemiológica na Leshmaniose Visceral (LV) por possuir uma alta quantidade de parasitos na pele, favorecendo a infecção aos vetores. A resposta imune celular na LV, mediada pelos linfócitos T, podem apresentar um perfil de resistência (Th1), associado à ação protetora contra a infecção, através da síntese de citocinas como IFN-ɣ; TNF e IL-2, ou um perfil de susceptibilidade (Th2), com produção das citocinas IL-4, IL-10 e TGF-β, associado à multiplicação parasitária e a permanência da infecção. Na busca por alternativas de controle da LV Canina (LVC), proteínas recombinantes de Leishmania têm sido exploradas como candidatas ao desenvolvimento de vacinas e/ou imunomoduladores. O objetivo do estudo foi realizar uma cinética de tempo vs concentração para determinar as condições ótimas de cultivo da proteína Q5, a partir da avaliação in vitro da resposta imune celular em cães com LV, a fim de investigar posteriormente o seu potencial imunoprofilático e/ou imunoterapêutico. O projeto foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais/IAM (nº 76/2014). Inicialmente, foram realizadas coletas de sangue de três cães positivos para a LV (DPP + ELISA), no qual foi feito o processamento de separação das Células Mononucleares do Sangue Periférico (PBMC) para o cultivo celular. As células foram estimuladas com a Q5 nas concentrações de 2,5 e 5µg/mL, e também com o Antígeno Solúvel de L. infantum (ASL), a 10 e 25 µg/mL, nos tempos de 24, 48 e 72 horas. Posteriormente foi realizada a extração de RNA pelo método do TRIzol®, seguida da transcrição reversa para cDNA, a fim de avaliar a expressão gênica das citocinas IFN-ɣ, TNF (perfil Th1), IL-10 e TGF-β (perfil Th2) pelo método do Ct ( Cycle Threshold ) comparativo, por qPCR em tempo real. Os resultados foram comparados com os obtidos a partir do estímulo com o ASL, sendo observado que a resposta do perfil Th1 da Q5 foi inferior ao do ASL, exceto na concentração de 2,5µg/mL em 72 horas. Porém, foi observado que a concentração de 2,5µg/mL em 48 horas expressou um equilíbrio entre os perfis Th1 e Th2, com uma pequena supressão do perfil Th2, sendo assim escolhidas como condições ótimas de cultivo. Para conclusões sobre a capacidade imunogênica da proteína quimérica Q5, será realizada uma avaliação em grupos de estudo: cães sintomáticos, assintomáticos e negativos, a fim de concretizar o caráter imunogênico da Q5 e então direcionar os estudos em vacinologia para LVC. |