INCIDÊNCIA DE ESQUISTOSSOMOSE POR FAIXA ETÁRIA NOS ÚLTIMOS 10 ANOS NO ESTADO DE ALAGOAS
VIVIANE KARLA NICÁCIO BEZERRA 1, ALDA RÉGIA SANTOS NICÁCIO 1, THAIANE DO CARMO WANDERLEY 1, MONIKELLY CARMO DA SILVA1, RIRISLÂYNE BARBOSA DA SILVA1, MARIA ANDRYELLE DOS SANTOS SILVA 1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas
VIVIANEKNB@GMAIL.COM

Existem seis espécies de Schistosoma, entretanto, somente o S. mansoni existe na América do Sul e Central. O tráfico de escravos foi o evento introdutor da esquistossomose no Brasil. Devido as condições climáticas favoráveis, o parasita reproduziu-se com facilidade, constituindo hoje um problema de saúde pública principalmente nas regiões nordeste e sudeste do país. Associado a longevidade dos vermes, que podem viver por décadas, e ao alto número de postura de ovos, em média 300 por dia, a falta de saneamento básico, os numerosos recursos hídricos disponíveis e o estilo de vida da população contribuem para a disseminação do parasita. A transmissão da doença envolve um hospedeiro intermediário, os caramujos aquáticos, que adquirem os ovos liberados pelas fezes do homem infectado. Uma vez contaminado, o caramujo excreta larvas infectantes para o homem. No organismo humano, os vermes se alojam nos vasos mesentéricos e se reproduzem, os ovos não eliminados produzem nódulos cicatriciais nos órgãos em que se depositam. A doença pode evoluir de forma assintomática ou extremamente grave, a depender de sua localização. Trata-se de um estudo descritivo transversal realizado através da busca de dados secundários da base nacional do SINAN, disponíveis através do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), visando identificar o número de notificações de esquistossomose por faixa etária. A pesquisa identificou um total de 626 casos notificados de esquistossomose de 2008 a 2017 em Alagoas, destes, 376 ocorrem em pessoas de 20 a 59 anos. Verifica-se, portanto, que mais da metade dos casos notificados de esquistossomose ocorreram na população adulta. Isso pode estar associado ao tipo de ocupação exercida, trabalhos que envolvam atividades em coleções aquáticas por exemplo. Como a esquistossomose está aliada a falta de saneamento básico e hábitos de vida da população, entende-se que afeta em maior proporção a população que não dispõe desses recursos. Diante disso, vale ressaltar a importância da educação em saúde sobre o modo de transmissão e disseminação da doença, para essa faixa etária da população. São adultos jovens que além de afetados são propagadores da doença. Associado à educação em saúde, estratégias de controle dos hospedeiros intermediários são sempre válidas para o controle da disseminação dos parasitas. E, sobretudo, é imprescindível proporcionar o tratamento adequado para esses pacientes.



Palavras-chaves:  esquistossomose , características , epidemiologia