LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA: CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DE ESPÉCIES DE LEISHMANIA EM ÁREA ENDÊMICA
RAMON VIEIRA NUNES 1, DAVID SOEIRO BARBOSA1, JOÃO CARLOS FRANÇA-SILVA1, HÉLIDA MONTEIRO DE ANDRADE1
1. UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
ramonpta@yahoo.com.br

A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma zoonose, que afeta no contexto urbano principalmente cães domésticos. Esses reservatórios apresentam intenso parasitismo visceral e cutâneo, o que facilitaria a infecção dos vetores. A enzootia canina, regularmente, precede a ocorrência da LV em humanos. A LVC frequentemente está associada a infecção por Leishmania (Leishmania) infatum , no entanto, recentemente tem sido demonstrado que L. (L.) amazonensis também pode ser agente etiológico dessa enfermidade. A presente pesquisa tem os objetivos de 1) diagnosticar a LVC, 2) identificar as espécies de protozoários do gênero Leishmania causando LVC e, 3) caracterizar molecularmente isolados obtidos a partir de aspirados de medula óssea. O estudo está sendo realizado na cidade de Januária, localizada na região norte do Estado de Minas Gerais, Brasil. Inicialmente foram coletadas amostras de soros, fragmentos de baço, pele de orelha e aspirados de medula óssea de 35 cães soropositivos. O diagnóstico foi confirmado por meio de sorologia (RIFI e ELISA) e também por PCR-ITS1 em amostras de pele, baço e medula óssea. Para identificação da espécie foi realizada a RFLP nas amostras PCR positivas. Amostras de aspirados de medula óssea foram colocados em meio de cultura NNN/LIT para obtenção de isolados. DNA dos isolados será extraído, purificado, amplificado e sequenciado. Até o presente momento 31 (89%) cães foram confirmados com LVC, em pelo menos, uma das técnicas citadas. O DNA amplificado das espécimes clínicas (PCR-RFLP-ITS1) permitiram identificação de L. (L.) infantum em 60% dos animais, não tendo sido identificada ainda outra espécie. Foram isolados e estão sendo cultivados 10 amostras (28,6%), que posteriormente terão o genoma completo sequenciado. Devido à grande variabilidade nos sinais clínicos apresentados, é fundamental a confirmação da infecção e o estabelecimento preciso do diagnóstico por técnicas laboratoriais, pois mesmo os animais assintomáticos são fontes de infecção aos vetores e o controle desses reservatórios é um dos pilares do controle da LV em humanos.



Palavras-chaves:  Diagnóstico, Leishmania infatum, Leishmaniose visceral canina