ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DOS ACIDENTES CAUSADOS POR ESCORPIÕES NO BRASIL: UMA REVISÃO DE LITERATURA |
Os acidentes escorpiônicos representam um sério problema de saúde pública nos países tropicais e subtropicais, principalmente no Brasil, em virtude da frequência com que ocorrem e devido a sua gravidade. Esses acidentes são caracterizados por sintomas que variam desde a dor e taquicardia até manifestações neurológicas como choque elétrico pelo corpo. Com isso, o objetivo deste trabalho é destacar por meio de uma revisão de literatura os principais aspectos epidemiológicos dos acidentes por escorpiões no Brasil, durante o período de 2000 a 2017. No norte do país, segundo o Centro de Informações Toxicológicas de Belém, o escorpião é o artrópode que mais ocasiona acidentes nos pacientes atendidos por esse centro. Dados da Secretaria de Vigilância em Saúde ressaltam que os principais agentes de importância médica envolvidos nos acidentes escorpiônicos no Brasil são o Tityus serrulatus , Tityus bahiensis , Tityus obscurus e Tityus stigmurus. Embora ainda existam casos negligenciados, segundo um levantamento de dados feito pelo site do SINITOX foi observado um aumento significativo da situação do escorpionismo no Brasil nos últimos 10 anos. Segundo o Sistema de informação de Agravos de Notificação (SINAN) do ministério da Saúde foram notificados cerca de 951.727 casos durante esse período, com uma média de 52.874 acidentes/anos e com coeficiente de incidência de aproximadamente 29 casos a cada 100.000 habitantes, onde o maior número de notificações é proveniente dos estados de Minas Gerais e São Paulo, principalmente nos meses mais quentes e chuvosos, apesar disso, o nordeste é a região que apresenta maior número de casos de acidentes escorpiônicos no período de 2000 a 2017 (447.971). O SINAN mostrou que a maior frequência de registros foi em indivíduos do sexo masculino, de raça negra, na faixa etária de 20 a 49 anos, nos meses de outubro a janeiro e em zona urbana, com exceção da Região Norte do País, que se observou um predomínio de acidentes nas zonas rurais. A maioria dos casos apresenta curso benigno, com uma letalidade em torno de 0,68%, sendo os casos de óbitos associados, com maior frequência, a acidentes causados por T. serrulatus , ocorrendo mais comumente em crianças menores de 14 anos. Devido ao aumento nas taxas de incidência e morbimortalidade ocasionadas por esses acidentes, deve-se estimular a intensificação de programas de prevenção de acidentes e controle de escorpiões. |