CONSTRUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA LINHAGEM CELULAR HEK-293-L-SIGN E SUA APLICAÇÃO EM ESTUDOS DE REPLICAÇÃO DO VÍRUS ZIKA
LIVIA VICENTE DE OLIVEIRA 1, CLÁUDIO LUIZ DE FRANÇA NETO1, RENATO ANTONIO DOS SANTOS OLIVEIRA1, EDMILSON FERREIRA DE OLIVEIRA FILHO1, JOSÉ VALTER JOAQUIM SILVA JUNIOR1, LAURA HELENA VEGA GONZALES GIL1
1. IAM - FIOCRUZ - Instituto Aggeu Magalhães, 2. UFPB - Universidade Federal da Paraíba
liviaolvr@gmail.com

As lectinas tipo c são proteínas de ligação a carboidratos, capazes de agir como receptores de adesão celular e reconhecimento de vários tipos de patógenos. Dessa forma, estas lectinas servem como receptores celulares para alguns vírus, incluindo os flavivírus. Portanto, o trabalho em questão tem como objetivos a construção de uma linhagem celular capaz de expressar o receptor de membrana L-SIGN e analisar a associação entre esse receptor e a infecção in vitro pelas diferentes cepas do vírus Zika (ZIKV). Para isso, realizou-se a transfecção do plasmídeo PCDNA3-L-SIGN contendo a região codificadora do L-SIGN e o gene de resistência à geneticina em células da linhagem HEK 293. As células transfectadas foram selecionadas em meio contendo geneticina (300 µg/mL) e posteriormente isolou-se um clone por diluição limitante. As células HEK 293 e o clone obtido foram então marcados com anticorpos monoclonais específicos para L-SIGN e comparados por análise de citometria de fluxo. A análise demonstrou um aumento de cerca de 10 vezes na intensidade de fluorescência do clone em relação à linhagem selvagem. Em seguida, infectou-se as linhagens celulares pelo isolado 243 do ZIKV e foi realizada uma nova análise por citometria após 48 horas, para que fossem comparadas as taxas de infecção entre as duas linhagens. Observou-se em cada leitura duas populações celulares distintas, correspondentes às células infectadas e não infectadas. A taxa de células infectadas pelo ZIKV foi de 0,5% na linhagem HEK 293 e de 9,79% nas células transfectadas. Dessa forma, esses resultados apontam que as células transfectadas são fenotipicamente diferentes da linhagem HEK 293 selvagem, sugerindo que as primeiras foram capazes de expressar o receptor L-SIGN. Os resultados também sugerem que a presença desse receptor na superfície das células transfectadas foi responsável por um aumento de 9,29% na infecção pelo ZIKV. Indicando que o L-SIGN pode desempenhar um papel na entrada desse vírus nas células.



Palavras-chaves:  L-SIGN, Transfecção, Zika Vírus