NíVEL DE CONHECIMENTO POPULACIONAL SOBRE LEISHMANIOSES EM ÁREA DE MINERAÇÃO
GUSTAVO MAYR DE LIMA CARVALHO1, JÚLIA BAHIA MIRANDA1, FABRIZIO FURTADO DE SOUSA1, FELIPE DUTRA RÊGO1, ANA PAULA MADUREIRA1, JOSÉ DILERMANDO ANDRADE FILHO1, CARINA MARGONARI1
1. IRR/ FIOCRUZ - Instituto René Rachou, 2. UEMG - Universidade Estadual de Minas Gerais, 3. UFSJ - Universidade Federal de São João Del Rey
margonari@cpqrr.fiocruz.br

Introdução : O município de Pains é considerado um dos maiores na extração de calcário do país, atividade que geralmente resulta em impacto ambiental, o que pode acarretar na transmissão de doenças para população, tais como as leishmanioses. Estudos realizados no município sobre a fauna de flebotomíneos demonstraram abundância de espécies incriminadas na transmissão das leishmanioses, detecção de DNA de Leishmania em alguns exemplares capturados e uma incidência de 8% da leishmaniose visceral canina. Objetivo : Assim, o objetivo deste estudo foi determinar o nível de conhecimento da população painence e o risco de exposição ao ciclo de transmissão das leishmanioses. Metodologia : Foi calculada uma amostra da população de forma probabilística, do tipo estratificada proporcional, segundo sexo e idade. Posteriormente foi utilizado um questionário adaptado e validado para a região. Resultados e discussão : Foram entrevistados 396 indivíduos. A maioria dos entrevistados era do sexo feminino (52,8%), composta de adultos com mais de 40 anos (51,3%) e com escolaridade até o ensino médio (68,10%). A renda média foi entre um e três salários mínimos (40,3%). Os resultados mostram que apenas 3,6% dos respondentes sabem como a leishmaniose é transmitida e 11,4% reconhecem o vetor. Além disso, 174 (44%) indivíduos não sabem como fazer para controlar a enfermidade e desconhecem as preconizações do Ministério da Saúde. A análise bruta e ajustada da associação entre o conhecimento das leishmanioses e as características da população demonstra que as mulheres apresentam chance maior (1,68 vezes) de conhecer a doença, quando comparadas com os homens. E os indivíduos mais instruídos possuem uma chance aproximadamente duas vezes maior de conhecer sobre as leishmanioses quando comparados com os menos instruídos. As análises bruta e ajustada da associação entre os fatores de risco peridomiciliares e as características da população demonstraram que os indivíduos idosos possuem mais chance (47%) de se protegerem contra as leishmanioses. Conclusão : Os dados apontam que as lacunas conceituais são evidentes, pois os entrevistados demonstraram dúvidas no ciclo da enfermidade, como prevenir, controlar e, além disso, todos os respondentes possuem pelo menos quatro fatores de risco em suas residências. Isso confirma que há necessidade de empoderamento da população a fim de efetivar as medidas preventivas e de controle preconizadas pelo Ministério da Saúde.



Palavras-chaves:  Fatores de risco, Leishmanioses, Promoção da saúde