Perfil Epidemiológico da Meningite em Feira de Santana, Bahia
FILIPE MOTA FREITAS 1, MARIZE FONSECA DE OLIVEIRA1, JOÃO MÁRIO AGUIAR ABRANTES DOURADO1, PRISCILA SOARES GARCIA1, VICTOR XAVIER DA SILVA1, JOICE DA SILVA SANTOS1, DYALLE COSTA E SILVA1, HEROS AURELIANO ANTUNES DA SILVA MAIA1, GRAÇAS DE MARIA DIAS REIS1, ILANE MOREIRA FIGUEREDO1, DEIVAM SÃO LEÃO LEITE1, ANA CAROLINA SILVA ASSUNÇÃO 1, KARINA SOUZA FERREIRA MAIA1
1. UEFS - LADERM - Universidade Estadual de Feira de Santana - Liga Acadêmica de Dermatologia, 2. UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana
LIPEMOTAF@GMAIL.COM

A meningite é um processo inflamatório das membranas leptomeningeas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal. A doença possui diversos fatores causais, incluindo bactérias, vírus, protozoários, helmintos ou traumas. A transmissão se dá pelo contato interpessoal, através de secreções respiratórias de pessoas infectadas, assintomáticas ou doentes. Nos últimos oito anos, foram notificados 147.027 casos de meningite no Brasil, com letalidade de 9,36%. Objetivou-se descrever o perfil epidemiológico dos casos confirmados de meningite no município de Feira de Santana entre 2010 e 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo. Os dados foram coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde, e tabulados em gráficos e tabelas no programa Microsoft Excel 2016. Foram verificados 217 casos de meningite em Feira de Santana, com uma redução de 45,23% de 2010 para 2017. Quanto à etiologia, 25,80% (56) dos casos foram por meningite bacteriana; 25,34% (55) por meningite não especificada; 25,34% (55) por meningite viral; 5,99% (13) por meningite meningocócica; 4,60% (10) por meningite meningocócica e meningococcemia; 4,15% (9) por meningite de outra etiologia; 3,68% (8) por meningite por pneumococos; 1,84% (4) por meningite tuberculosa; 1,84% (4) por meningococcemia e 0,46% (1) por meningite por hemófilos. Nesse período, houve uma letalidade de 16,74% (38 óbitos), sendo 31,57% (12) por meningite não especificada; 15,78% (6) por meningite bacteriana; 13,15% (5) por meningite meningocócica e meningococcemia, e por meningite de outra etiologia; 7,89% (3) por meningococcemia; 5,26% (2) por meningite por pneumococos e 2,63% (1) por meningites meningocóccica, viral e tuberculosa. Os casos de etiologia viral e bacteriana foram os mais incidentes, porém a de etiologia bacteriana apresentou maior letalidade (10,71%) que a viral (1,81%).  A quantidade de casos por meningite não especificada reflete as deficiências na acurácia desse diagnóstico e no atendimento médico oferecido. Embora a cidade de Feira de Santana tenha apresentado redução do número de casos de meningite, a alta letalidade e grande quantidade de casos por meningite não especificada podem refletir a vulnerabilidade, principalmente relacionada a qualidade dos serviços de saúde, dos grupos   afetados. Os números trazem, portanto, luz à necessidade de mais estratégias de prevenção   e modificadoras dos desfechos de pacientes acometidos por meningite .



Palavras-chaves:  Meningite, Epidemiologia, Saúde Pública