Sequelas de Poliomielite: Morbimortalidade Hospitalar no Estado da Bahia nos Últimos Dez Anos
MARIZE FONSECA DE OLIVEIRA1, FILIPE MOTA FREITAS 1, PRISCILA SOARES GARCIA1, JOÃO MÁRIO AGUIAR ABRANTES DOURADO1, VICTOR XAVIER DA SILVA1, HEROS AURELIANO ANTUNES DA SILVA MAIA1, DYALLE COSTA E SILVA1, JOICE DA SILVA SANTOS1, KARINA SOUZA FERREIRA MAIA1
1. UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana
LIPEMOTAF@GMAIL.COM

A poliomielite é uma síndrome clínica cujos agentes etiológicos são enterovírus. A invasão do sistema nervoso central ocorre em um a cada mil indivíduos infectados. Nessa etapa, há proliferação intraneural, alterando principalmente os neurônios motores do corno anterior da medula. O quadro clínico cursa com febre e deficiência motora de intensidade variável, assimétrica, flácida, sem alteração da sensibilidade. Objetivou-se descrever as internações hospitalares por sequelas de poliomielite no estado da Bahia, através da lista de morbidade do CID-10 (B91), no período de 2008 a 2017, quanto aos custos de hospitalização, características sociodemográficas e mortalidade. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados foi o Sistema de Morbidade Hospitalar (SIH-SUS) do Ministério da Saúde, tabulados em gráficos e tabelas no programa Microsoft Excel 2016. Foram registradas 172 internações por sequelas de poliomielite no estado da Bahia nos últimos 10 anos. O ano de 2009 concentrou o maior número de internações (23,83%), seguido de 2010 (17,44%), que apresentou também a maior mortalidade (33,33 óbitos/100 internações). A taxa de mortalidade para o período foi de 15,12 óbitos/100 internações, sendo que 96,15% dos óbitos e 54,65% das internações tiveram caráter de urgência. O valor médio de internamento foi de R$ 6.162,12 e o valor total para o período foi de R$ 1.059 mil. O tempo médio de permanência hospitalar foi de 86,7 dias. O sexo masculino correspondeu a 59,88% dos casos, 66,27% dos registros foram ignorados quanto à raça/cor e a faixa etária predominante foi de 35-39 anos (79,65%). O tempo prologando de permanência hospitalar e o custo elevado de internamento podem ser justificados pelas medidas terapêuticas voltadas para as complicações da doença, podendo levar à perda da independência e ao uso de equipamentos para minimizar as deficiências dos pacientes. Quanto à faixa etária, a literatura nacional admite incidência maior em crianças, porém, existe um período de recuperação seguido de um intervalo de estabilidade neurológica, de 15 anos ou mais, o que pode justificar a predominância de manifestações das sequelas na população adulta. Ressalta-se a importância do estabelecimento de atividades preventivas em atenção primária, como a vacinação e investimento em pesquisa relacionadas ao tratamento e reabilitação do paciente acometido pela doença.



Palavras-chaves:  Poliomielite, Epidemiologia, Saúde Pública