Coqueluche: Perfil Epidemiológico dos Casos no Estado da Bahia. |
A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de alta transmissibilidade e morbimortalidade infantil. Seu agente etiológico é o bacilo Bordetella pertussis . Ela compromete o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca. A transmissão ocorre principalmente por gotículas de secreção de orofaringe eliminadas pela tosse, espirro ou fala. Objetivou-se descrever o perfil epidemiológico dos casos confirmados de coqueluche no estado da Bahia, no período de 2007 a 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo e descritivo, de abordagem quantitativa, cuja fonte de dados é o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde. Os dados foram tabulados em gráficos e tabelas através do Microsoft Excel 2010. Foram notificados 1.568 casos no período. Detectou-se aumento do número de casos de 2006 até o pico de notificação em 2014, que registrou 39,5% das notificações, seguido de queda nas notificações. Os municípios de maior ocorrência foram Feira de Santana (29,3%) e Salvador (23,4%). Do total de casos, 58% ocorreram no sexo feminino, 57,7% na raça/cor parda, 82,8% em zona urbana e 51,8% na faixa etária de menor que 1 ano de idade. Dos casos que ocorreram em menores de 1 ano de idade, 80,4% eram menores que 1 mês de idade. O critério de confirmação foi laboratorial em 29,3% dos casos. A evolução para cura correspondeu a 92,5%, óbito 1,1% e a evolução foi ignorada em 5,8%. Do total de casos que evoluíram para óbito, 94,1% ocorreram em menores que 1 ano de idade. A coqueluche ainda é frequente no estado da Bahia, com mais da metade dos casos ocorrendo nas duas cidades mais populosas do estado. O aumento do número de casos entre 2007 e 2014 pode estar relacionado a deficiências na cobertura vacinal. Embora a taxa de cura seja alta no estado, a coqueluche apresentou maior letalidade em lactentes, o que está em conformidade com a literatura. Há a necessidade de se reforçar as ações de saúde principalmente nesta faixa etária; como a vacinação (3 doses de Pentavalente + 2 reforços de Tríplice Bacteriana); além da educação continuada de profissionais de saúde sobre este agravo e completa notificação dos casos. |