Dengue: Perfil Epidemiológico dos Casos no Estado da Bahia.
ILANE MOREIRA FIGUEREDO 1, FILIPE MOTA FREITAS 1, HEROS AURELIANO ANTUNES DA SILVA MAIA1, ANA CAROLINA SILVA ASSUNÇÃO 1, DEIVAM SÃO LEÃO LEITE 1, DYALLE COSTA E SILVA 1, GRAÇAS DE MARIA DIAS REIS 1, JOÃO MÁRIO AGUIAR ABRANTES DOURADO 1, JOICE DA SILVA SANTOS 1, MARIZE FONSECA DE OLIVEIRA 1, PRISCILA SOARES GARCIA 1, VICTOR XAVIER DA SILVA 1
1. UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana, Curso de Medicina.
LIPEMOTAF@GMAIL.COM

A dengue é uma doença viral febril transmitida pelo mosquito Aedes aegypti . Apresenta espectro clínico variado: dengue clássica, febre hemorrágica da dengue com ou sem síndrome do choque e dengue com complicações. Caracteriza-se por febre, dor retroorbitária, cefaleia, adinamia, mialgia, artralgia, exantema, prurido e/ou hemorragia. Todo caso suspeito de dengue é de notificação compulsória. Objetivou-se traçar o perfil clínico-epidemiológico dos casos notificados confirmados de dengue no estado da Bahia, no período de 2007 a 2012. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, realizado com dados secundários disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde.  Os dados foram tabulados em tabelas e gráficos do Microsoft Excel 2013. Foram observados 272.250 casos de Dengue para o período analisado, com pico de notificação no ano de 2009 (36,78%). Maior parte dos casos foram autóctones (54,66%), porém 36,04% dos casos tiveram esse dado ignorado. Os municípios com maior notificação foram: Salvador (10,05%), Itabuna (9%) e Jequié (5,54%). Do total de casos, 57,42% ocorreram no sexo feminino, 44,16% na faixa etária dos 20-39 anos, 44,39% em pardos, 77,1% em zona de residência urbana e 53,47% tiveram escolaridade ignorada. Os casos ocorreram principalmente entre os meses de fevereiro a maio (72,75%). Quanto à forma clínica da doença, a dengue clássica ocorreu em 63,06%, dengue com complicações em 0,81%, febre hemorrágica em 0,45% e síndrome do choque em 0,03%. Contudo, em 33,77% a classificação final foi inconclusiva. A confirmação dos casos se deu por critérios clínicos-epidemiológicos em 45,3%. A evolução foi cura em 61,45% e ignorada em 38,47%. A dengue é uma doença endêmica no estado da Bahia, atinge principalmente pessoas em idade economicamente produtiva. O mosquito vetor é mais frequente em zona urbana por maior número de criadouros artificiais. Os meses de maior ocorrência coincidem com a estação chuvosa do estado. É necessário reforçar as políticas públicas de combate ao mosquito vetor. Ademais, os profissionais de saúde devem estar atentos ao preenchimento completo da ficha de notificação compulsória já que não foi possível obter dados satisfatórios sobre escolaridade, evolução, presença de complicações, manifestações hemorrágicas e extravasamento plasmático nos casos devido à alta percentagem de dados ignorados/em branco.



Palavras-chaves:  Aedes aegypti, Dengue, Epidemiologia