MIOCARDIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA: POLIMORFISMOS DE IL6, IL17 e IL18
ALEXANDRA GOMES DOS SANTOS 1, DAIANE TOMOMI-FERREIRA1, JAMILE OLIVEIRA1, CLÁUDIA OLIVEIRA1, EDIMAR BOCCHI1, CRISTINA GALLAFRIO NOVAES1, FATIMA CRUZ1, NOEMIA BARBOSA CARVALHO1, PAULA KEIKO SATO1, VERA LÚCIA TEIXEIRA DE FREITAS1, MARIA APARECIDA SHIKANAI-YASUDA1
1. FMUSP - Departamento Moléstias Infecciosas e Parasitárias, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, 2. LIM-48 HCFMUSP - Laboratório de Imunologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, 3. INCOR HCFMUSP - Instituto do Coração, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, 4. HCFMUSP - Divisão de Moléstias Infecciosas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo
alexandra.santos@usp.br

Introdução: A cardiopatia chagásica crônica ocorre em 20- 30% dos indivíduos infectados por Trypanosoma cruzi, sendo um dos fatores associados à sua evolução a resposta imune do hospedeiro frente ao parasito. Polimorfismo de citocinas e presença de citocinas inflamatórias podem influenciar no desenvolvimento dessa cardiopatia. Objetivos: Avaliar a relação entre os polimorfismos das citocinas IL6, IL17 e IL18 e a gravidade da cardiopatia chagásica, expressa pela Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo (FEVE) do ecocardiograma. Desenho do estudo : Foram selecionados 165 indivíduos com doença de Chagas, classificados em Formas Indeterminada (FI), Cardíaca (FC), Digestiva (FD) e Cardíaca + Digestiva (FCD) – provenientes da Divisão de Moléstias Infecciosas e do Instituto do Coração (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina, USP). O diagnóstico de doença de Chagas foi feito através de dois testes positivos (ELISA, Imunofluorescência Indireta ou Hemaglutinação). Métodos: Foi feita extração de DNA de sangue periférico através da técnica de precipitação de sal, com DTAB/CTAB, e PCR-Real Time. Os seguintes polimorfismos foram analisados: IL6 174 G/C (rs1800795), IL17 152 G/A (rs2275913), e IL18 607 G/T (rs1946518). A FEVE foi classificada em ≥ 45% e < 45%. Resultados: Houve maior frequência do alelo C de IL6 no grupo de pacientes com FEVE ≥ 45% ( p = 0,015; RC: 1,992; IC: 1,145 – 3,467 ); o mesmo ocorreu com o alelo A de IL17 ( p = 0,022; RC: 5,842; IC: 1,290 – 26,452 ) e o alelo T de IL18 ( p = 0,007; RC: 1,899; IC: 1,187 – 3,038 ). Em relação às frequências genotípicas, apenas IL18 obteve significância ( p = 0,038 ). Discussão: Os polimorfismos das citocinas IL6 174 G/C, IL17 152 G/A e IL18 G/T foram relacionados a maiores FEVE e tem sido associados a alterações do padrão de secreção de citocinas por estudos prévios. Conclusão: Ressalta-se a importância do hospedeiro na gênese da cardiopatia chagásica. Apoio: FAPESP 12/50273-0 .



Palavras-chaves:  doença de Chagas, miocardiopatia chagásica, IL6, IL17, IL18