Dengue, Aedes aegypti e mídias: ampliando informações e saberes sobre ações de enfrentamento à doença
JULIO CESAR BARRETO DA SILVA 1, CARLOS JOSÉ SALDANHA MACHADO1
1. PPG-MA / UERJ - Programa de Pós-graduação em Meio Ambiente / Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2. ICICT / FIOCRUZ - Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde / Fundação Oswaldo Cruz
barretojcs@gmail.com

A internet está cada vez mais presente na rotina das pessoas devido à expansão das redes sociais virtuais. Políticas e práticas de controle, vigilância e prevenção contra o Aedes aegypti têm sido baseadas, por vezes, em inovações digitais, incluindo softwares para levantamento epidemiológico e na Internet com seus dispositivos tecnológicos. O monitoramento dessas mídias pode ser usado como um modelo preditivo por profissionais da saúde e gestores públicos, uma vez que as interações ali existentes podem deslocar informações e saberes para um espaço público, promovendo um melhor entendimento sobre os processos de enfrentamento humano na proposição de ações junto à saúde e às políticas públicas. O objetivo desta pesquisa é analisar a veiculação de informações nas mídias sobre a Dengue e o Aedes aegypti que estejam relacionadas às ações implementadas para o enfrentamento da doença, com vistas ao aprimoramento de políticas públicas na gestão de saúde. A metodologia quali-quantitativa consistiu no uso do aplicativo Buzzmonitor para monitorar e coletar informações nas redes Facebook , Twitter , Instagram e Youtube com vistas a um levantamento sistemático daquelas ações. As 3 palavras-chaves da busca são “Dengue”, “ Aedes ” e “ aegypti ”, durante um período de 24h, entre os dias 13 de maio e 13 de junho de 2018. Foram veiculadas 230 postagens (impactando 4.950.580 ações midiáticas, como Likes e Views), sendo a maioria do Twiter, com 61% de caráter negativo . uma tendência crescente das postagens a partir das 06h, com máximo em torno das 16h. Apenas 7 postagens foram feitas diretamente pelo Governo Federal, via Campanha “Mosquito Não”. Outras 3 foram específicas do Ministério da Saúde. A cidade brasileira de São Luís-MA se destacou por envolver o maior número de agentes (com 11 postagens, das 226 encontradas no Twitter ) na veiculação das postagens, todas replicadas da sua prefeitura, a qual promove ações midiáticas de fortalecimento ao controle e combate ao Aedes aegypti . Ressalta-se que esta cidade apresentou entre 2001-2012 a menor incidência de dengue, dentre as capitais do Nordeste, com 152,1 casos/100.000 hab. Portanto, os profissionais de saúde devem considerar a importância do uso das redes sociais digitais para ampliar e facilitar as ações de enfrentamento à dengue. Muito ainda deve ser feito pelo Governo Federal no que tange essas ações, mas, é digno de atenção o envolvimento da prefeitura de São Luís, e o seu modelo de gestão, na prevenção dessa doença.



Palavras-chaves:  Febre da Dengue, Formulação de Políticas, Prevenção e Controle, Redes Sociais