PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE ARANEISMO E ESCORPIONISMO NO OESTE DA BAHIA.
BRUNA COSTA DA GAMA 1, JULIANE BISPO LEITÃO1, JONATAS CAMPOS DE ALMEIDA1
1. UFOB - Universidade Federal Do Oeste Da Bahia
brunacosta.gama@gmail.com

O aumento do número de casos de araneísmo e escorpionismo nos últimos anos está relacionado ao processo de urbanização. A Organização Mundial da Saúde reconhece quatro gêneros de aranhas peçonhentas: Lactrodectus, Loxosceles, Phoneutria e Atrax . Os escorpiões no Brasil comprovadamente perigosos pertencem ao gênero Tityus . O presente trabalho teve como objetivo determinar o perfil epidemiológico dos casos notificados de araneísmo e escorpionismo no Oeste da Bahia. Foi realizado um estudo epidemiológico descritivo, retrospectivo, com fonte de dados secundários, obtidos através do banco de dados sobre Informações de Saúde (TABNET) do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). O presente estudo considerou todos os casos de araneismo e escorpionismo nos 37 municípios do Oeste da Bahia, entre 2012 a 2016. As variáveis analisadas foram: espécie peçonhenta envolvida, sexo e faixa etária da vítima, período do ano e evolução dos casos (óbito ou cura). No período analisado foram notificados 7.709 casos de araneísmo e 6.142 de escorpionismo. Do total de acidentes com aranhas , em 7.645 casos (99,16%) as vítimas não souberam informar o gênero responsável pelo acidente. Os acidentes com aranhas ocorreram principalmente no mês março, época de acasalamento desses animais, aumentando sua atividade e a chance dos acidentes. Com relação à faixa etária, 1.113 (14,6%) dos acidentes ocorreram em vítimas entre 20-60 anos de idade (população economicamente ativa). Na variável sexo, as mulheres foram mais acometidas, correspondendo a 101 (53,15%) acidentes. Do total de casos de araneismo apenas 190 notificações registraram algum tipo de desfecho: 148 (78%) casos evoluíram para cura, 37 (19,5%) ignorados e 2 (1%) óbitos. Com relação aos acidentes escorpiônicos 3.100 casos (50,6%) ocorreram em indivíduos do sexo masculino; 1.218 (29,6%) na faixa etária entre 20-60 anos (população economicamente ativa). Do total de casos de escorpionismo 6.118 notificações registraram algum tipo de desfecho: 5.021 (82%) dos acidentes evoluíram para cura, 1.076 (17,6%) ignorados, 18 (0,3%) óbitos e 3 (0,05%) óbitos por causas secundárias. Períodos mais quentes ( outubro e dezembro ) favorecem a proliferação dos escorpiões, sendo assim esses meses registraram 1.703 (27,3%) acidentes. A adequada compreensão da epidemiologia dos casos de araneísmo e escorpionismo é essencial para a adoção de medidas de prevenção de casos na região estudada.



Palavras-chaves:  animais peçonhentos, Arachnida, vigilância epidemiológica