Associação do polimorfismo do éxon 1 de MBL-2 em pacientes hansenianos da região sul do Brasil
BRUNA TIAKI TIYO1, HUGO VICENTIN ALVES1, CRISTIANE MARIA COLLI1, LAISE NAYANA SALA ELPIDIO 1, AMARILIS GIARETTA DE MORAES1, ANA MARIA SELL1, JEANE ELIETE LAGUILA VISENTAINER1
1. PBF - Programa de Pós Graduação em Biociências e Fisiopatologia da Universidade Estadual de Maringá, 2. LIG-UEM - Laboratório de Imunogenética, Universidade Estadual de Maringá, 3. DBS - Departamento de Ciências Básicas da Saúde
laise_nayana@hotmail.com

A hanseníase é uma doença causada pelo Mycobacterium leprae ou M. lepromatosis e acomete principalmente a pele e os nervos periféricos. Ao se infectar pelo bacilo, um indivíduo pode ou não desenvolver a hanseníase, dependendo de fatores genéticos que determinarão a eficiência da resposta imune. A lectina ligante de manose (MBL) é uma proteína sérica, codificada pelo gene MBL-2 , constituinte da imunidade inata, com papel central na ativação do sistema complemento pela via das lectinas. Os polimorfismos de nucleotídeo único (SNP) no éxon 1, localizados no códon 52 (variante D), no códon 54, (variante B), ou no códon 57 (variante C), podem ocasionar diminuição na concentração de MBL circulante, aumentando a susceptibilidade à doenças. Polimorfismos em vários genes da resposta imune já foram associados com o desenvolvimento da hanseníase. Neste trabalho foi investigado a influência do polimorfismo do éxon 1 de MBL-2 em pacientes hansenianos da região noroeste do Paraná. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê Permanente de Ética da Universidade Estadual de Maringá (464.158/2013). Foram selecionados 83 pacientes com hanseníase e 83 controles para este estudo. Os SNPs foram detectados por PCR-SSP ( Polymerase Chain Reaction- Sequence Specific Primers ). Utilizou-se o programa SNPStats® para análise estatística. Não houve diferença estatística entre a idade e o sexo de pacientes e controles. A média de idade em pacientes foi 56,5 anos (±13,3) e nos controles foi de 54,8 anos (±16,7). Dos 83 pacientes, 59% eram do sexo masculino e 79,5% multibacilares (MB). Em relação aos controles, o sexo feminino foi o mais frequente (53%). As amostras estavam em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Genótipos selvagens para as variantes D (C/C) e B (G/G), e o genótipo heterozigoto para variante C (G/A), foram fator de risco para homens desenvolverem a forma MB quando comparados às mulheres que desenvolveram a mesma forma da doença (OR=2,27; 2,39; 8,04; respectivamente). Este resultado indica que a deficiência de MBL pode ter importante papel no desenvolvimento da hanseníase multibacilar. Embora possíveis associações estejam presentes, um maior número de amostras de pacientes e controles, bem como outros polimorfismos no gene MBL-2 devem ser investigados para concluir se polimorfismos neste gene podem ser associados com a susceptibilidade ou resistência à hanseníase.



Palavras-chaves:  Polimorfismo genético, Lectina de Ligação a Manose, Hanseníase Multibacilar