LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA DOENÇA DE CHAGAS AGUDA NO ESTADO DO PARÁ DO PERÍODO DE 2013 A 2017
CAROLINA MIRANDA ALMEIDA DELLARETTI1, SCARLETH SILVA COSTA1
1. PUC MINAS - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2. PET BIOLOGIA - Programa de Educação Tutorial - MEC/SESu
carolinadellaretti@gmail.com

A Doença de Chagas é uma antropozoonose emergente na América Latina devido ao crescente registro de casos agudos isolados. No Brasil, verifica-se a ocorrência de indivíduos infectados, majoritariamente, na região norte do país (95%) sendo o estado do Pará responsável por 85% destes. A fase aguda da doença causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi consiste no período inicial sintomático da infecção, em que há alta parasitemia no sangue e predomínio de fenômenos vasculares, exsudativos associados à respostas inflamatórias e às lesões celulares. O estudo teve como princípio a investigação do perfil epidemiológico da Doença de Chagas no estado do Pará, no período de 2013 à 2017. A pesquisa de caráter descritivo, foi desenvolvida a partir das informações obtidas na base de dados online do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Nos últimos anos, o estado do Pará apresentou um aumento expressivo de novas infecções, com cerca de 145%, totalizando 1.117 casos desde 2013 até 2017, havendo maior incidência no mês de outubro, com 169 eventos. Mediante as análises dos dados obtidos durante o período, há maior incidência em indivíduos do sexo masculino (618), principalmente aos pertencentes à faixa etária de 20 à 39 anos. As notificações compulsórias em crianças menores de um ano é restrita, tendo relato de somente 9 casos. A transmissão ocorre em sua maioria por via oral, responsável por 75% dos casos acometidos, especialmente através de alimentos como açaí e suco de cana contaminados pelas fezes do barbeiro. A transmissão vetorial está relativamente controlada, tendo poucos acidentes (7%). Mesmo com a alarmante taxa de ocorrência de infecções, o prognóstico estatístico do intervalo estudado é otimista, já que apenas 1% dos indivíduos vieram à óbito pelo agravo notificado e 90% dos pacientes sobreviveram, sendo o ano de 2016 incumbido da maior taxa de mortalidade. É relevante ressaltar a ocorrência de recentes infecções em gestantes pela potencial contaminação congênita, portanto o levantamento realizado aponta que de um total de 13 mulheres, 24% estavam no primeiro trimestre da gravidez, 38% no segundo e, 38% no terceiro trimestre. A doença representa uma grande preocupação aos gestores da saúde pública, por isso é de suma importância o desenvolvimento de ações voltadas para a vigilância epidemiológica, além das notificações compulsórias, para que sejam efetivamente controladas todas as formas de transmissão.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas aguda, Doenças negligenciadas, Saúde pública