SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE E REGIÃO METROPOLITANA NO PERÍODO DE 2015 A 2016
SCARLETH SILVA COSTA1,2, CAROLINA MIRANDA ALMEIDA DELLARETTI1,2, JENNIFER LOUZADA MOREIRA1,2, AMANDA RIBEIRO DE ALMEIDA LACERDA1,2, JANAÍNA SOUSA CAMPOS ALVARENGA1,2
1. PUC MINAS - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2. PET BIOLOGIA - Programa de Educação Tutorial - MEC/SESu
carolinadellaretti@gmail.com

Os acidentes causados por animais peçonhentos constituem um problema de Saúde Pública uma vez que, as substâncias tóxicas produzidas e inoculadas determinam agravos clínicos e podem levar a óbito. O número excedido de acidentes deve-se à sobreposição do nicho entre homens e animais. Dada a incidência e a gravidade das notificações, os acidentes por animais peçonhentos passaram a compor a lista das doenças tropicais negligenciadas. O presente estudo objetivou traçar o perfil epidemiológico dos acidentes com animais peçonhentos no município de Belo Horizonte e região metropolitana no período de 2015 a 2016. A pesquisa, de cunho descritivo, foi realizada a partir das variáveis disponibilizadas pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) para a construção do panorama epidemiológico. No período de 2015 foram notificados 2.769 casos e em 2016 cerca de 2.801, aumentando 1,15% o número de acidentes. A totalidade de casos notificados nos municípios de Belo Horizonte, Belo Vale, Betim, Brumadinho, Buritis, Contagem, Esmeraldas, Ibirité, Igarapé, Lagoa Santa, Juatuba, Sabará, Sarzedo e Sete Lagoas, foi de 5.570, sendo BH o maior responsável pelos eventos (3.878) e Sabará o menor, com somente 5 ocorrências. Mediante a análise dos dados obtidos durante o período, os animais responsáveis pelo maior índice de acidentes são respectivamente, os escorpiões (50,73%), aranhas (15,45%), abelhas (10,59%), lagartas (9,40%) e serpentes (5,90%). A maioria dos acidentes escorpiônicosocorreram do mês de outubro, aracnídeos em janeiro, himenópteros em março, lepidópteros em fevereiro e ofídicos em abril, demonstrando uma possível relação com as condições climáticas e portanto, corroborando com a hipótese de que nos meses de temperatura mais elevada e alto índice pluviométrico há maior incidência desse tipo de agravo. Em Minas Gerais são registrados cerca de 31.761 casos/ano sendo mais prevalente em homens (54,47%). Entretanto, no município de Belo Horizonte e no somatório das demais cidades pertencentes à região metropolitana, verifica-se maior ocorrência dos eventos em mulheres (60,83%). A mortalidade é baixa, apresentando óbito pelo agravo notificado somente na cidade de BH, em que foram relatadas cinco vítimas durante o período analisado. A temática abordada é de suma importância para contribuição e planejamento da vigilância epidemiológica, visando medidas mitigatórias e melhoramento do atendimento à população acometida por tais acidentes.



Palavras-chaves:  Animais peçonhentos, Epidemiologia, Saúde pública