DETECÇÃO E GENOTIPAGEM DE TRYPANOSOMA CRUZI I, II E IV EM RHODNIUS PICTIPES E R. ROBUSTUS EXPERIMENTALMENTE INFECTADOS
ANA PAULA DE ABREU1, MARCELLA PAULA MANSANO SARTO 1, HEVILLYN FERNANDA LUCAS DA SILVA 1, MAX JEAN DE ORNELAS TOLEDO1
1. UEM - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
Sarto.m@outlook.com

Introdução:Triatomíneos são vetores de Trypanosoma cruzi , agente etiológico da doença de Chagas (DC). Rhodnius robustus (Rr) e R. pictipes (Rp) são triatomíneos silvestres que têm como habitat natural espécies de palmeiras. O encontro desses vetores infectados com T. cruzi no interior de domicílios é alarmante, pois a invasão do domicílio pode acarretar na contaminação de equipamentos de moagem de alimentos, contribuindo para transmissão oral da DC. Objetivo: O objetivo desse estudo foi avaliar marcadores moleculares utilizados para a detecção e genotipagem de T. cruzi em triatomíneos experimentalmente infectados em infecções puras e mistas. Materiais e métodos: Estudo experimental. Foram utilizadas ninfas de 5º estádio das espécies Rr e Rp e três cepas de T. cruzi : TcIAM, TcII e TcIV. Foram avaliados grupos de 30 insetos com infecções puras e mistas (TcI+TcII e TcI+TcIV). O repasto infectante foi realizado em camundongos previamente inoculados. Após a alimentação em camundongo sadio, as excretas eram examinadas por exame a fresco, para avaliação da competência vetorial. A cada 30 dias de infecção, um pool de conteúdo intestinal (CI) obtido por dissecação de três exemplares de cada grupo, era examinado para determinar sua suscetibilidade. A extração de DNA nas excretas e CI foi realizada pelo método de fenol/clorofórmio. A PCR foi utilizada para análise do k DNA e a PCR/RFLP da COII para genotipagem após digestão do amplicon com a enzima AluI . Os fragmentos de DNA foram visualizados em gel de poliacrilamida a 4,5 e 6%, revelados pela prata. Resultados e Discussão: Nas infecções puras apenas o Rp foi susceptível para as três cepas, o que foi comprovado pelo encontro de parasitos no CI. O número de parasitos no CI foi maior em Rp para as DTUs analisadas. Rp apresentou competência vetorial para TcI e R.r para TcIV. Nas infecções mistas, foi observado parasito no CI para a mistura de TcI+TcIV em Rr e TcI+TcII para Rp. A PCR foi positiva tanto nas excretas quanto no CI de ambas as espécies de vetor e para as três cepas. A PCR/RFLP da COII mostrou-se positiva apenas no CI, possibilitando a identificar de TcI, TcII e TcIV, separadamente e simultaneamente. Conclusão: Conclui-se que a PCR tenha apresentado maior sensibilidade do que a PCR/RFLP, somente com esta última foi possível genotipar as DTUs de T. cruzi presentes nas amostras. Além disso, a suscetibilidade à infecção e a competência vetorial de Rp e Rr podem variar dependendo da DTU.



Palavras-chaves:  Competência vetorial, Rhodnius robustus, Rhodnius pictipes, suscetibilidade à infecção, Trypanosoma cruzi I, II e IV