EFICÁCIA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Syzygium aromaticum ISOLADAMENTE OU EM ASSOCIAÇÃO COM O BENZNIDAZOL EM CAMUNDONGOS INOCULADOS COM Trypanosoma cruzi |
Introdução: Trypanosoma cruzi , causador da doença de Chagas (DC), infecta ~ 7 milhões de pessoas na América Latina, e o benznidazol (BZ), utilizado para o seu tratamento, apresenta baixa eficácia na fase crônica da infecção e elevada toxicidade. Com isto, é necessária a busca por novos tratamentos para a DC. Objetivo: Avaliar a eficácia do óleo essencial (OE) de Syzygium aromaticum (cravo-da-índia), isoladamente e em associação com o BZ, em camundongos inoculados com T. cruzi . Métodos: Estudo experimental com 60 camundongos machos, suíços, de 21 dias, inoculados por via oral com 1x10 4 tripomastigotas sanguíneos (TS) da cepa Y e divididos em 4 grupos: 1) Controle não-tratado (CNT); 2) tratado com BZ (TBZ); 3) tratado com OE (TOE); e 4) tratado com BZ + OE (TBZ+OE). Foi utilizada a dose de 100 mg/kg/dia, tanto de BZ quanto do OE, à partir do 5º dia após a inoculação (d.a.i), e durante 20 dias consecutivos. Os seguintes parâmetros derivados da curva de parasitemia média foram obtidos: período pré-patente (PPP), período patente (PP), dia do pico máximo (Dpmax) e pico máximo de parasitemia (Pmax). Após o final de tratamento etiológico, todos os grupos foram imunossuprimidos com ciclofosfamida (Cy) 50 mg/kg/dia, por 3 semanas. Foram também obtidas as porcentagens de animais com HC positiva (%HC+), com PCR positiva (%PCR+) e taxas de sobrevida para cada grupo. Resultados e Discussão: Os animais tratados com OE isoladamente não apresentaram supressão da parasitemia e somente o Pmax (de 107.074 TS/0,1 mL) foi diferente (p<0.001) do dos animais CNT (153.792 TS/0,1 mL). Nos grupos tratados com BZ, isoladamente ou em associação, houve supressão da parasitemia desde o início do tratamento. As %HC+ foram baixas, variando de 37,5% (CNT) a 0,0% para os demais. As %PCR+ foram 87,5%, 100,0%, 73,3% e 60,0% e as taxas de sobrevivência de 57,2%, 33,3%, 100,0% e 100%, respectivamente para os grupos CNT, TOE, TBZ e TBZ+OE, variando significativamente (p<0.0001). Os índices de cura foram: 0,0% (TOE), 26,7% (TBZ) e 40,0% (TBZ+OE) (p<0.0001). Conclusão: Camundongos inoculados por VO com a cepa Y de T. cruzi não responderam ao tratamento com o OE administrado isoladamente. No entanto, os animais tratados com a combinação BZ+OE de S. aromaticum apresentaram índice cura, embora não muito alto, superior ao apresentado pela droga de referência BZ, sugerindo que os efeitos desta associação merecem ser mais profundamente estudados. |