PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA MORBIDADE HOSPITALAR POR DOENÇA DE CHAGAS NO BRASIL
LEOSLANE ARAUJO DE CARVALHO1, JENIFFER OLIVEIRA DE SOUSA1, ISADORA FERREIRA LIMA1, HEMERSON SARAIVA PAULINO1, GLENDA LYARA RIBEIRO QUEIROZ1, FRANCISCA RAYLLANA LIMA DOS SANTOS1, CYNARA CRISTHINA ARAGÃO PEREIRA1
1. UFPI - Universidade Federal do Piauí
leoslane_araujo@hotmail.com

A doença de Chagas, ou tripanossomíase americana, possui como agente etiológico o protozoário Trypanosoma cruzi, transmitido, dentre outras formas, pela picada do triatomíneo. De acordo com o II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas, existem enfermidades que agravam a morbidade por tripanossomíase americana no Brasil. Desta forma, o objetivo deste estudo foi relatar o perfil epidemiológico de morbidade hospitalar por doença de Chagas no Brasil. Trata-se de pesquisa transversal, quantitativa, descritiva e retrospectiva. O cenário de estudo foi o Brasil, com população estimada, em 2017, de 207.660.929 habitantes; possuindo cinco regiões e 26 estados federativos. Os dados foram coletados com informações do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). O período analisado foi de 2008 a 2017, com as variáveis sexo, faixa etária, raça/cor, meses do ano e estados. No período estudado, tiveram 6.532 internações hospitalares por doença de Chagas no Brasil; sendo que o ano com maiores inserções foi 2008 (n=1.435; 22,0%). Dentre as regiões e estados que apresentaram maior morbidade hospitalar, por ordem decrescente, foram Sudeste (n=2.836; 43,4%), tendo o estado de São Paulo com mais internações; Nordeste (n=1.662; 25,5%), tendo Pernambuco com mais inserções; Centro-Oeste (n=1.027; 15,7%), com Goiás com maior morbidade hospitalar; Norte (n=541; 8,3%) com o Pará em destaque; e Sul (n=466; 7,1%) tendo Paraná com mais internações. Analisando os meses, notou-se que a enfermidade é endêmica, variando de 455 a 583, com média de 544 internações/mês no período analisado. Em relação ao sexo, o mais prevalente foi o masculino (n=3.467; 53,1%). Quanto à faixa etária, a mais frequente foi de pessoas entre 60 e 69 anos (n=1.462; 22,4%). Em se tratando de raça/cor, a parda foi mais prevalente (n=1.867; 28,6%). No entanto, nesta variável, o quesito “sem informação” teve maior registro (n=2.591; 39,7%). Os resultados deste estudo corroboram com a literatura quando o número de internações diminui a cada ano no Brasil, desde a década de 1990. O perfil das internações por doença de Chagas no Brasil foi de pessoas, em sua maioria, homens, entre 60 e 69 anos e pardos; habitantes do Sudeste brasileiro.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, Hospitalização, Morbidade