PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA MORBIDADE HOSPITALAR POR DOENÇA DE CHAGAS NO BRASIL |
A doença de Chagas, ou tripanossomíase americana, possui como agente etiológico o protozoário Trypanosoma cruzi, transmitido, dentre outras formas, pela picada do triatomíneo. De acordo com o II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas, existem enfermidades que agravam a morbidade por tripanossomíase americana no Brasil. Desta forma, o objetivo deste estudo foi relatar o perfil epidemiológico de morbidade hospitalar por doença de Chagas no Brasil. Trata-se de pesquisa transversal, quantitativa, descritiva e retrospectiva. O cenário de estudo foi o Brasil, com população estimada, em 2017, de 207.660.929 habitantes; possuindo cinco regiões e 26 estados federativos. Os dados foram coletados com informações do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). O período analisado foi de 2008 a 2017, com as variáveis sexo, faixa etária, raça/cor, meses do ano e estados. No período estudado, tiveram 6.532 internações hospitalares por doença de Chagas no Brasil; sendo que o ano com maiores inserções foi 2008 (n=1.435; 22,0%). Dentre as regiões e estados que apresentaram maior morbidade hospitalar, por ordem decrescente, foram Sudeste (n=2.836; 43,4%), tendo o estado de São Paulo com mais internações; Nordeste (n=1.662; 25,5%), tendo Pernambuco com mais inserções; Centro-Oeste (n=1.027; 15,7%), com Goiás com maior morbidade hospitalar; Norte (n=541; 8,3%) com o Pará em destaque; e Sul (n=466; 7,1%) tendo Paraná com mais internações. Analisando os meses, notou-se que a enfermidade é endêmica, variando de 455 a 583, com média de 544 internações/mês no período analisado. Em relação ao sexo, o mais prevalente foi o masculino (n=3.467; 53,1%). Quanto à faixa etária, a mais frequente foi de pessoas entre 60 e 69 anos (n=1.462; 22,4%). Em se tratando de raça/cor, a parda foi mais prevalente (n=1.867; 28,6%). No entanto, nesta variável, o quesito “sem informação” teve maior registro (n=2.591; 39,7%). Os resultados deste estudo corroboram com a literatura quando o número de internações diminui a cada ano no Brasil, desde a década de 1990. O perfil das internações por doença de Chagas no Brasil foi de pessoas, em sua maioria, homens, entre 60 e 69 anos e pardos; habitantes do Sudeste brasileiro. |