ASPECTOS ECOLÓGICOS DA FAUNA FLEBOTOMÍNICA EM ÁREA DE TRANSMISSÃO DE LEISHMANIOSES NO MUNICÍPIO DE ITAÚNA, MG.
NATHÁLIA CRISTINA PEREIRA LIMA1, ERIKA MONTEIRO MICHALSKY1, JOSIANE VALADÃO MARQUES LOPES1, ROSANA SILVA LANA1, FABIANA OLIVEIRA LARA E SILVA1, CONSUELO LATORRE FORTES-DIAS1, VIRGÍNIA AGUIAR SORICE LANZETTA1, JARBAS MELLO1, DANIELY MARQUES PEREIRA1, ADÃO JUNIOR VIANNA DE PAULA1, EDELBERTO SANTOS DIAS1
1. IRR - Instituto René Rachou, 2. FUNED - Fundação Ezequiel Dias, 3. SVE - ITAÚNA - Setor de Vigilância Epidemiológica
nahaliallima@yahoo.com.br

As leishmanioses encontram-se em franca expansão geográfica, devido principalmente a fatores que contribuem para o processo de urbanização, como invasão de focos zoonóticos, adaptação de hospedeiros e vetores, susceptibilidade do homem à infecção, associados às mudanças ambientais. Análises epidemiológicas realizadas nas últimas décadas demonstraram modificações no perfil de transmissão da doença, antes considerada uma zoonose de animais silvestres e atualmente presente em zonas rurais desmatadas, regiões periurbanas e urbanas. N a última década, foram registrados 14 casos de leishmaniose visceral (LV) no município de Itaúna, o que o classifica como área recente de transmissão de LV. A proximidade de Itaúna com municípios endêmicos associada às condições favoráveis do ambiente, representam importantes fatores tanto para a manutenção quanto para a expansão da doença. Esse estudo tem como objetivos avaliar os aspectos entomológicos relacionados a epidemiologia das leishmanioses, detectar e caracterizar a espécie de Leishmania circulante nos vetores, estabelecer o número mensal das espécies de flebotomíneos correlacionando com as variáveis bioclimáticas e calcular o índice de sinantropia dos flebotomíneos capturados em distintas áreas ecológicas. Para o estudo entomológico foram realizadas capturas mensais utilizando armadilhas do tipo HP, durante o período de junho/2017 a maio/2018. Estas capturas foram realizadas em três áreas ecológicas distintas (urbana - Bairro Chácara do Quitão, rural - Piaguassu e de mata- Centro de Controle de Zoonoses), a fim de calcular o grau de adaptabilidade do vetor e verificar as áreas de transmissão da doença. Durante o período de estudo foram capturados 1.305 exemplares de flebotomíneos, distribuídos em 12 espécies. Destaca-se o encontro de Lutzomyia longipalpis (87,1%) e Nyssomyia whitmani (1,5%), principais vetores de leishmaniose visceral e leishmaniose tegumentar, respectivamente. Dos 1.305 espécimens capturados, 1.165 exemplares (89,2%) foram encontrados na área urbana, 112 (8,6%) na área rural e 28 (2,2%) na área de mata. Os resultados parciais demonstram que, das três áreas estudadas, a área urbana foi a que apresentou uma maior abundância de exemplares capturados e a área de mata a menor proporção desses insetos. Podemos observar no município uma adaptação desses vetores ao ambiente urbano, reforçando a importância epidemiológica da transmissão das leishmanioses em ambientes urbanizados.



Palavras-chaves:  Ecoepidemiologia, Leishmanioses, Sinantropia