EPITOMA IgM e IgG DO VÍRUS DA FEBRE AMARELA |
INTRODUÇÃO : O vírus da febre amarela (VFA) é um arbovírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae, enzoótico na África e nas Américas. Um recente surto epidêmico envolvendo VFA silvestre espalhou-se pela região sudoeste do Brasil, alcançando as regiões brasileiras mais populosas, onde a cobertura vacinal é baixa. Como esse arbovírus acarreta sintomas, semelhantes a dengue e outras doenças sindromicas febris, incluindo hemorragias, achamos importante realizar o mapeamento completo de todas as proteínas imunes do YFV. OBJETIVOS : Mapear todos os epítopos de IgM e IgG da poliproteína YFV (3 proteínas estruturais e 7 não estruturais), identificar epítopos reativos e específicos e caracterizar o padrão cinético temporal de reconhecimento. MATERIAL E MÉTODOS : Duas biblioteca de 696 peptídeos com um comprimento de 14aa e 9 resíduos sobrepostos foram sintetizados e avaliados quanto à reatividade de IgM e IgG através de uma metodologia de microarranjo de peptídeos de alto rendimento. RESULTADOS : Vinte e oito e oitenta e nove epitopos IgM e IgG cobrindo toda a extensão da poliproteína viral foram identificados. sendo 69 nas poliproteínas não estruturais e 20 na proteína estrutural. A NS3 apresentou o maior índice de antigenicidade. A reatividade, especificidade e cinética de reconhecimento de seis MAPs octaméricos foram avaliadas por ELISA utilizando um painel de soros de pacientes com várias doenças febris (ZIKA, CHIY, DENV, Leptospirose) e soros de pacientes vacinados contra a FA em diferentes momentos (4 dias-20 anos). DISCUSSÃO : Um padrão descendente de reconhecimento imunológico foi identificado, na análise temporal, no entanto, a resposta a alguns epitopos permaneceu constante por cercca de 20 anos pós vacinação. CONCLUSÃO : A complexidade da reatividade cruzada e a especificidade de um grupo de epitopos revelado neste trabalho tem implicações para a compreensão do mecanismo de neutralização mediada por anticorpos IgM e IgG do VFA e estes dados podem ser úteis para o desenho de novas vacinas baseadas em tecnologia de DNA recombinante. Além disso, poderia auxiliar o desenvolvimento de novos ensaios sorodiagnósticos mais específicos contra esta e outras síndromes febris. Palavras-chave: Biblioteca de peptídeos, Febre amarela, Mapeamento de epitopos, Vacina Patrocínio: FAPERJ, CNPq e CAPES |