POLIMORFISMOS NO GENE TGF-β1 SÃO FATOR DE RISCO PARA A DOENÇA DE CHAGAS
ROBERTO RODRIGUES FERREIRA 1, FABIANA DA SILVA MADEIRA1, GABRIEL FARIAS ALVES1, MAYARA DA COSTA CHAMBELA1, EDUARDO DE OLIVEIRA VAZ CURVO1, ALINE DOS SANTOS MOREIRA1, RENATA ALMEIDA DE SÁ1, LEILA MENDONÇA-LIMA1, PEDRO HERNAN CABELLO1, SABINE BAILLY1, JEAN-JACQUES FEIGE1, TANIA CREMONINI ARAUJO-JORGE1, ROBERTO MAGALHÃES SARAIVA1, MARIANA CALDAS WAGHABI1
1. IOC - FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz - Fundação Oswaldo Cruz, 2. INSERM - Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale
robertoferreira.ioc@gmail.com

O Fator de transformação do crescimento beta 1 (TGF-β1) é um mediador importante na fisiopatologia da doença de Chagas. Dados da literatura demonstraram que pacientes com dano cardíaco apresentam níveis plasmáticos do TGF-β elevados quando comparados com pacientes assintomáticos e pacientes que apresentaram pior prognóstico clínico após 10 anos de acompanhamento. O polimorfismo no códon 10 do gene do TGF-β1 foi descrito por influenciar na susceptibilidade à infecção pelo Trypanosoma cruzi em pacientes da Colômbia e do Peru. Desta forma, o presente estudo avaliou polimorfismos no gene do TGF-β1 em pacientes na fase crônica da doença de Chagas, correlacionando a presença do polimorfismo no gene TGF-β1 com a susceptibilidade e gravidade da doença na população brasileira. Foram incluídos no presente estudo 152 pacientes com doença de Chagas (53 com forma indeterminada e 99 com a forma cardíaca) e 37 controles não infectados. Cinco SNPs (-800G/A, -509C/T, +10T/C, +25G/C e +263C/T) foram avaliados na população brasileira por sequenciamento dos produtos de PCR. Além disso, os níveis séricos do TGF-β1 foram dosados por ELISA. Observamos uma diferença significativa na distribuição dos polimorfismos nas posições -509C/T e +10T/C entre os controles e grupos de pacientes, sugerindo uma influência genética dessas variantes do gene do TGF-β1 na susceptibilidade à infecção pelo T. cruzi . O genótipo C/T na posição +10 do gene TGF-β1 foi mais frequente nos pacientes com doença de Chagas do que em controles não infectados. Os genótipos C/T e T/T na posição -509 do gene TGF-β1 também foram mais frequentes em pacientes com doença de Chagas do que em controles não infectados. No entanto, não encontramos diferenças significativas na distribuição de qualquer dos polimorfismos estudados no gene do TGF-β1 entre pacientes com forma indeterminada ou os diferentes estágios da forma cardíaca da doença de Chagas. Além disso, observamos que o genótipo TT na posição -509 estava associado a níveis séricos mais elevados de TGF-β1. Em conjunto, nossos resultados demonstram que os polimorfismos nas posições -509 e +10 do gene do TGF-β1 estão associados à susceptibilidade da doença de Chagas na população brasileira.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, Polimorfismo, TGF-β1