PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE A ESPOROTRICOSE HUMANA NO BRASIL: UM ESTUDO BIBLIOMÉTRICO |
Introdução: Esporotricose é uma doença infecciosa, causada pela inoculação do microorganismo dimorfo Sporothrix schenckii, ocasionada geralmente por um trauma; tem distribuição cosmopolita e características variáveis entre países ou regiões. Objetivo: Caracterizar a produção científica disponibilizada online acerca da epidemiologia da esporotricose humana no Brasil. Desenho do estudo: Estudo bibliométrico, que buscou responder à questão: Qual a caracterização da produção científica acerca da epidemiologia da esporotricose humana no Brasil? Métodos. Em junho de 2018, procedeu-se a busca de estudos divulgados online no período de 2008 a 2018, nas bases de dados: BVS, Scielo e Pubmed; a partir de descritores em ciências da saúde (DeCS) ‘esporotricose’, ‘epidemiologia’ e ‘Brasil’. Para seleção dos estudos, consideraram-se os critérios de inclusão: artigos completos abordando a temática, nos idiomas português, inglês ou espanhol. Para síntese e análise dos estudos selecionados, utilizou-se um formulário contendo variáveis: ano de publicação; nome do periódico; instituição proponente do estudo; cidade/região de origem do estudo; formação profissional do autor principal e descritores. Resultados: De 195 estudos levantados, foram selecionados 46 artigos, sendo um localizado na Scielo, 27 no Pubmed e 18 no Portal Regional da BVS. Quanto à autoria principal do estudo, destacaram-se os médicos (40%), biólogos (25%) e farmacêuticos (22%). Os autores destes estudos representam 13 instituições no Brasil, destacando-se as de ensino e pesquisa (85%). Houve uma maior concentração de artigos na região Sudeste, em particular no Rio de Janeiro. Verificou-se uma distribuição maior nos jornais Medical Mycology, Plos Neglected Tropical Diseases e na Revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. Discussão: A maior produção se concentrou no estado do Rio de Janeiro, onde desde 2013 a doença foi incluída na lista dos agravos de notificação compulsória; este resultado ressalta o quadro de endemia na região, incentiva a produção cientifica e dá subsídios para o reconhecimento do desenvolvimento de pesquisas em outras regiões do país. Nos estados de Pernambuco e Paraíba vêm se observando um aumento no número de casos suspeitos e confirmados da esporotricose, porém a produção científica é ainda escassa. Conclusão: O estudo aponta tendências para o desenvolvimento de pesquisas sobre o agravo em outras regiões do país, assim como o envolvimento de outros profissionais da área de saúde. |