AUTODISSEMINAÇÃO DO LARVICIDA PIRIPROXIFENO SOBRE POPULAÇÕES DE MOSQUITOS ADULTOS (DIPTERA: CULICIDAE): DISTRIBUIÇÃO DE ESTAÇÕES DISSEMINADORAS
NAJARA AKIRA COSTA DOS SANTOS 1,2, HECYLANA OLIVEIRA DE MELO1,2, JANSEN FERNANDES MEDEIROS1,2, GENIMAR REBOUÇAS JULIÃO1,2
1. UNIR - Fundação Universidade Federal de Rondônia, 2. FIOCRUZ RONDÔNIA - Fundação Oswaldo Cruz Rondônia
najaraakira@gmail.com

Estações de disseminação (ED) à base de piriproxifeno são ferramentas alternativas potenciais na redução de populações de Aedes aegypti . O objetivo do estudo foi avaliar o efeito das distribuições de EDs, Agregada e Esparsa, sobre populações de Ae. aegypti , Ae. albopictus e Culex spp. no município de Itapuã do Oeste, Rondônia. Foram utilizadas 106 armadilhas MosquiTRAPs para obtenção de dados de presença/ausência de fêmeas e densidade das espécies, durante os períodos de tratamento, Pré-intervenção (PRÉ), Intervenção (INT) e Pós-intervenção (PÓS), totalizando 27 semanas. Em cada distribuição foram instaladas 100 EDs em 50 domicílios durante o período INT. Os dados foram ajustados com modelos aditivos generalizados, com os preditores períodos de tratamento e coordenadas das MosquiTRAPs. Os modelos foram controlados para pluviosidade, e devido a autocorrelação temporal incluiu-se semana como variável aleatória. Na distribuição agregada, as probabilidades de armadilhas positivas para Ae. aegypti não diferiram entre períodos (PRÉ: 0,43 IC 0,16 – 0,75; INT: 0,15 IC 0,02 – 0,57; PÓS: 0,85 IC 0,63 – 0,95). Por outro lado, Ae. albopictus teve valores inferiores no período INT (0,14 IC 0,05 – 0,30) comparado aos demais períodos (PRÉ: 0,60 IC 0,43 – 0,75; PÓS 0,58 IC 0,41 – 0,73). Na distribuição esparsa, a probabilidade estimada para Ae. aegypti de 0,03 (IC 0,02 – 0,06) no período INT, com valores superiores nos demais períodos (PRÉ: 0,80 IC 0,71 – 0,87; PÓS: 0,68 IC 0,54 – 0,79). O mesmo padrão foi observado para Ae. albopictus (PRÉ: 0,72 IC 0,63 – 0,80; INT: 0,08 IC 0,05 – 0,13; PÓS 0,57 IC 0,46 – 0,68). Culex ssp. não apresentou redução na abundância estimada durante a Intervenção em ambas distribuições de EDs (Agregada: PRÉ: 0,80 IC 0,70 – 0,92; INT 8,15 IC 6,63 – 10,02; PÓS: 1,55 IC 1,37 – 1,75; Esparsa: PRÉ 0,96 IC 0,85 – 1,07; INT: 3,59 IC 3 – 4,28; PÓS: 1,59 IC 1,44 – 1,76). A redução de populações de fêmeas do gênero Aedes com as diferentes distribuições de EDs ressalta a eficácia da técnica no controle vetorial. Contudo, os resultados insatisfatórios da intervenção em distribuição agregada podem ter sido ocasionados pela baixa frequência de fêmeas de Ae. aegypti na área alvejada, e por consequência, a disseminação insuficiente do larvicida . Sugere-se que estudos futuros mensurem a transferência do larvicida em condições de campo e investiguem a estratégia de autodisseminação em criadouros naturais de Culex s p p.



Palavras-chaves:  Controle vetorial, Intervenção, Transferência de larvicida