Perfil epidemiológico da leishmaniose no município de Rio Branco-Acre
ÂNGELA MARIA FORTES DE ANDRADE 1, FRANCISCO GLAUCO DE ARAÚJO SANTOS1
1. UFAC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
angelamariafortes@hotmail.com

A leishmaniose Tegumentar em Rio Branco-Acre, além de elevadas prevalências, vêm expandindo sua área de ocorrência, em geral associada às modificações ambientais, aos deslocamentos populacionais de áreas endêmicas e à insuficiente infraestrutura na rede de água e esgoto ou na disponibilidade de outras formas de acesso a esses serviços. As lesões se apresentam de forma cutânea e mucocutânea resulta em graves deformidades do septo nasal e boca. O diagnóstico clínico-epidemiológico pode ser realizado com base nas características das lesões, associadas a anamnese, onde os dados epidemiológicos são de grande importância. Objetivo : Descrever o perfil epidemiológico da Leishmaniose Tegumentar, no período de 2007 a 2017 em Rio Branco Acre e analisar as variáveis que corroboram para a persistência da endemicidade desta patologia na população riobranquense, conforme faixa etária, sexo, forma clínica e evolução dos casos. Método: A coleta de dados se deu através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) . Foi realizado um estudo epidemiológico, retrospectivo, transversal, sobre a Leishmania Tegumentar, em Rio Branco-Acre. Resultados : Os casos registrados de leishmaniose nos últimos 10 anos saíram de 222 em 2007 para 2.512 em 2017, apresentando um aumento de 1.132%. A manutenção da endemicidade reside na persistência dos seus fatores determinantes, externos às ações típicas do setor saúde, como alterações do meio ambiente, desmatamento, ampliação de fronteiras agrícolas. Observou-se predomínio do sexo masculino (77%), faixa etária entre 10 e 64 anos (85%), moradores de zona urbana (67%), predomínio de casos autóctones (84%). No que se refere a forma clinica, 12% eram de mucosa e 88% de cutânea. Aproximadamente 91% dos casos notificados foram confirmados laboratorialmente e 98%. Conclusão: O presente estudo demonstrou que, no período de 2007 a 2017 foram notificados 2.512 casos de Leishmaniose Tegumentar. Enfatiza-se a necessidade de ações multissetoriais para enfrentamento da situação.   Observa-se que 88% dos casos eram maiores de 10 anos e 77%, do sexo masculino. As precárias condições socioeconômicas e associadas à qualidade das ações dos serviços de saúde podem estar contribuindo para o caráter de endemicidade nesta região.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Região Amazônica, Doença infectocontagiosa