ESTUDO DA OCORRÊNCIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NA ÁREA URBANA DO MUNICÍPIO DE RONDONÓPOLIS, MATO GROSSO, BRASIL (2015-2016)
PAULO ADAIAS PIZA1, AMANDA GABRIELA DE CARVALHO1, JOÃO VICTOR LEITE DIAS1, JULIANA HELENA CHAVEZ PAVONI1, JOÃO GABRIEL GUIMARÃES LUZ 1
1. UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso, 2. UFVJM - Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
JOAOGABRIELGL@HOTMAIL.COM

Rondonópolis é um município brasileiro localizado no sul do estado de Mato Grosso que possui elevada endemicidade para leishmaniose visceral, protozoonose causada pelo Leishmania infantum e transmitida durante o repasto sanguíneo de fêmeas de insetos flebotomíneos . Os cães protagonizam como reservatórios domésticos desse parasita e, assim, contribuem para a manutenção da doença entre humanos. Nesse sentido, objetivou-se verificar a ocorrência da leishmaniose visceral canina (LVC) em Rondonópolis, nos anos de 2015 a 2016. Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo. Para tanto, foram consultados os registros do Centro de Controle de Zoonoses do município referentes à sorologia canina realizada no biênio. Cabe ressaltar que tal procedimento é realizado durante inquéritos sorológicos amostrais e por exames de cães encaminhados espontaneamente pelos seus proprietários ao órgão (demanda espontânea). O diagnóstico da LVC foi confirmado por dupla positividade em teste imunocromatográfico rápido e imunoensaio enzimático. Foram excluídos os animais que apresentavam registro incompleto das informações, bem como aqueles com resultado indeterminado. No período avaliado, foram realizados 3909 exames sorológicos para diagnóstico da LVC no município de Rondonópolis, dos quais 3782 foram incluídos no presente estudo. A soroprevalência global da infecção no biênio foi de 44,9% [1698/3782; IC95%= (43,31% – 46,48%)]. Não houve diferença estatística entre o percentual de cães positivos registrados em 2015 (46,03%; 858/1854) e 2016 (43,80%; 840/1918) ( p = 0,167). Por outro lado, considerando o tipo de entrada do registro ao longo do período, o percentual de cães positivos oriundos da demanda espontânea (63,41%; 1402/2211) foi significativamente maior que o detectado durante a realização dos inquéritos sorológicos (18,84%; 296/1571) ( p < 0,001). Foram avaliados cães de 218 bairros urbanos de Rondonópolis, dos quais concentraram o maior percentual de animais positivos: Parque Residencial Universitário (6,24%; 106/1698), Vila Olinda (5,24%; 89/1698), Jardim Tropical (2,65%; 45/1698) e Jardim Liberdade (2,59%; 44/1698). Embora o presente estudo tenha se limitado aos registros públicos, os dados demonstram elevada morbidade relacionada à LVC durante o biênio estudado, o que ressalta a necessidade de vigilância em caráter permanente na área.



Palavras-chaves:  Brasil, Epidemiologia, Leishmaniose visceral canina, Ocorrência, Rondonópolis