AVALIAÇÃO DA qPCR 18S E qPCR PvMtCOX1 NA IDENTIFICAÇÃO DE RESISTÊNCIA DO P. vivax À CLOROQUINA
LAILA R. A. BARBOSA 1,2, EMANUELLE L. DA SILVA1,2, ANNE C. G. DE ALMEIDA1,2, YANKA E. A. R. SALAZAR1,2, NÉLIDA T. S. RÚA1,2, MARIA CAROLINA PUÇA1,2, ANDRÉ M. SIQUEIRA1,2, WUELTON M. MONTEIRO1,2, MARCUS V. G. DE LACERDA1,2, INGRID FELGER1,2, GISELY C. DE MELO1,2
1. FMT-HVD/IPCCB - Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado/Instituto de Pesquisa Clínica Carlos Borborema, 2. ESA/UEA - Escola Superior de Ciências da Saúde, Universidade do Estado do Amazonas, 3. UNINILTONLINS - Universidade Nilton Lins, 4. FAMETRO - Faculdade Metropolitana de Manaus , 5. ILMD – FIOCRUZ - Instituto Leônidas e Maria Deane, Fundação Oswaldo Cruz, 6. SWISS TPH - Swiss Tropical and Public Health Institute, 7. UNIVERSITY OF BASEL - University of Basel, 8. FIOCRUZ-MANGUINHOS - Fundação Oswaldo Cruz, Presidência da Fiocruz, Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas.
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Malária é uma hemoparasitose infecciosa febril aguda, tendo o P. vivax como agente etiológico predominante no Brasil. Devido ao tropismo por reticulócitos é comum as baixas parasitemias, o que dificulta o diagnóstico pela gota espessa, atual método padrão ouro, o indivíduo permanece sem tratamento podendo ser assintomático e possibilita a continuidade da transmissão. Outro ponto é a resistência a cloroquina (CQ), droga utilizada para tratamento. Dessa forma, existe a necessidade de outros métodos mais sensíveis na busca de resistência à CQ e de infecções assintomáticas. Nos ensaios de qPCR para P. vivax , o mtDNA tem sido um alvo com alta especificidade e sensibilidade, proporcionando uma qPCR ultrassensível. O objetivo do trabalho foi avaliar a eficiência da qPCR 18S e qPCR PvMtCOX1 em detectar resistência à cloroquina in vivo pelo P. vivax . Tratou-se de duas coortes realizadas entre 2010 e 2017, na FMT-HVD. Foram recrutados pacientes com malária vivax, com gota espessa positiva, tratados com cloroquina e acompanhados por 42 dias com visitas periódicas, em que foram coletadas amostras sanguíneas e gota espessa. Foram selecionadas amostras do dia 28 de acompanhamento, realizada extração de DNA, qPCR 18S rDNA e qPCR PvMtCOX1 em busca de recorrências submicroscópicas. As análises foram realizadas com Software IBM_SPSS v.21 e executados teste não-paramétrico de Mann-Whitney e avaliação da concordância, pelo coeficiente Kappa, com IC de 95%. Foram incluídas 312 amostras para extração de DNA, 34 (10,9%) amostras foram positivas para qPCR PvMtCOX1, 15 (4,8%) para qPCR 18S rDNA e apenas 5 (1,6%) foram positivas na gota espessa. qPCR PvMtCOX1 concordou 100% em positividade com os outros testes. A média de parasitemia obtida para a gota foi de 1710,60 parasitas/mm³ de sangue, para o Pv18S foi de 525,29 cópias/μL de DNA e 2755,65 cópia/μL de DNA para PvMtCox1. Entre as técnicas de qPCR pelo teste de Mann-Whitney foi obtido o valor de p<0,0001 e a análise de correlação mostrou que as quantificações das qPCRs tendem a crescer juntas. Os resultados obtidos superaram os números esperados para infecções submicroscópicas devido à resistência de CQ na região, ressaltando a necessidade do desenvolvimento e implementação de testes mais sensíveis para diagnóstico e acompanhamento de pacientes acometidos com malária vivax, a fim de favorecer a tomada de decisões mais assertivas visando a eliminação radical da doença.



Palavras-chaves:  assintomático, diagnóstico, malária vivax, mtDNA, resistência a medicamentos