CARACTERIZAÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES CARDIOVASCULARES, RESPIRATÓRIAS E RENAIS DE PICADAS DE ARANHA NO BRASIL: UM PANORAMA ATUAL |
Introdução: Segundo dados mais atuais do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) aproximadamente 13% dos óbitos por intoxicação se deve à acidentes com animais peçonhentos. No Brasil, cerca de 20.000 casos de mordidas de aranhas são reportados anualmente. Entretanto, devido à raridade das manifestações sistêmicas, os efeitos isolados, sobre os principais sistemas vitais (renal, cardiovascular, respiratório) ainda não estão bem mapeados na literatura. Objetivo: revisão sistemática da literatura através da seguinte pergunta norteadora: quais as contribuições práticas a literatura científica atual tem a oferecer acerca das consequências renais, cardiovasculares e respiratórias da picada de aranha? Metodologia: A busca foi realizada no período de 2002 a 2018 nas seguintes bases de dados online : LILACS, IBECS, SciELO e PuMed. Foram utilizados os descritores: “aranhas” (DeCS); “sintomas sistêmicos” (DeCS); e “saúde pública” (DeCS). Resultados: As principais aranhas de interesse médico pertencem aos gêneros Phoneutria sp., Loxosceles sp., Latrodectus sp. e Lycosa sp., sendo os três primeiros responsáveis pelos acidentes mais graves. Dos três tipos mais comuns de aranhas no Brasil, destaca-se a Loxosceles cuja manifestação cutânea evolui com úlcera necrosada e a sistêmica com oligúria e turvação da urina como sugestivos de hemólise intravascular e rabdomiólise, que podem causar profunda anemia e insuficiência renal aguda. Como consequência da liberação de catecolaminas, pode haver midríase, arritmias respiratórias e cardíacas, taquicardia, hipertensão arterial, podendo evoluir para falência cardiocirculatória e edema agudo. Considerações Finais: As manifestações sistêmicas abordadas são graves, de rápida evolução e por vezes fatais. O que denota a necessidade premente do delineamento de protocolos de intervenção focados no atendimento imediato visando melhorar o prognóstico dos pacientes, sobretudo enquanto diagnóstico diferencial em situações corriqueiras da clínica. |