ANÁLISE CLÍNICA-EPIDEMIOLÓGICA DE PACIENTES COM LTA PROCEDENTES DO AMAZONAS E DE PERNAMBUCO |
A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma zoonose considerada um grave problema de saúde pública, causada por protozoários do gênero Leishmania . No Brasil, as regiões com maior número de casos são o Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Diante disso, faz-se necessário monitorar os pacientes de regiões endêmicas, para ampliação do conhecimento e controle estratégico da doença. Assim, objetivou-se analisar o perfil clínico-epidemiológico de pacientes com LTA, provenientes de áreas endêmicas dos estados do Amazonas (AM) e Pernambuco (PE). Obteve-se informações de pacientes atendidos em atividades da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, Postos de Saúde de Pernambuco e do Serviço de Referência em Leishmanioses. Os indivíduos considerados casos apresentaram histórico clínico e epidemiológico compatível com LTA e um ou mais testes diagnósticos positivos. Após concordância em participar do estudo, foi preenchida uma ficha clínica, com informações referentes à anamnese dos pacientes, e através dos dados contidos na mesma, foi feito uma análise quantitativa de gênero, atividade laboral, idade, local e número de lesões. Obteve-se um total de 190 pacientes considerados casos, dos quais 58 (30,53%) eram do sexo feminino (26 PE e 32 AM) e 132 (69,47%) do sexo masculino (35 PE e 97 AM). Do total de casos, obteve-se o dado de faixa etária de apenas 180 indivíduos, com 12-73 anos, sendo a média do total de pacientes 39,2 anos de idade. Com relação à atividade laboral dos indivíduos, destacou-se estudantes (16,07%) e agricultores (16,07%) em PE, agricultores (29,03%) e domésticas (4,03%) no AM. Do total de indivíduos, 96 (51,33%) (42 PE; 54 AM) apresentaram lesão única, 83 (44,38%) (15 PE; 68 AM) apresentaram entre 1 e 10 lesões, e 8 (4,28%) (2 PE; 6 AM) apresentaram mais de 10 lesões. Os locais do corpo mais acometidos por lesões foram pernas/pés (49,63%) (21 PE; 47 AM) e braços/mãos (46,71%) (10 PE; 54 AM). Essas informações são importantes para um entendimento mais amplo da situação epidemiológica atual dessas áreas endêmicas. Podendo assim, auxiliar no controle desta zoonose, através da intensificação de ações preventivas, como medidas de proteção individual e manejo ambiental, voltadas a população dentro de suas perspectivas e necessidades. |