ACOMPANHAMENTO CLÍNICO-TERAPÊUTICO DE PACIENTES COM LTA PROCEDENTES DO AMAZONAS E DE PERNAMBUCO
MARIA GABRIELLA NUNES DE MELO 1,2, RAYANA CARLA SILVA MORAIS1,2, TAYNÁ CORREIA GOES1,2, VICTOR VAITEKVICIUS ANTÃO DE SOUZA1,2, RÔMULO PESSOA E SILVA1,2, MARIA EDILEUZA FELINTO DE BRITO1,2, SINVAL PINTO BRANDÃO FILHO1,2, RÔMULO FREIRE DE MORAIS1,2, DAYANNA LOPES DA SILVEIRA1,2, JORGE AUGUSTO DE OLIVEIRA GUERRA1,2, MILENA DE PAIVA CAVALCANTI1,2
1. IAM - Instituto Aggeu Magalhães, 2. FACIPE - Faculdade Integrada de Pernambuco, 3. FMT-AM - Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado
mariagabriella_melo@hotmail.com

A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença negligenciada, causada por protozoários do gênero Leishmania . A PCR em tempo real (qPCR) é um teste molecular que permite interligar ao diagnóstico, quantifição da carga parasitária (cp) e caracterização de espécie, contribuindo assim, para o monitoramento terapêutico de pacientes procedentes de áreas endêmicas. Assim, o objetivo do trabalho foi acompanhar a evolução clinico-terapêutica de pacientes com diferentes etiologias para a LTA. Obteve-se amostras de sangue pré e pós-tratamento, e material para isolamento parasitário (biópsia ou aspirado de lesão) de pacientes procedentes da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas e do Serviço de Referência em Leishmanioses de Pernambuco. Os indivíduos considerados casos, apresentaram histórico clínico e epidemiológico compatível com LTA e um ou mais testes diagnósticos positivos. Foram realizados ensaios de qPCR dos espécimes clínicos obtidos, tendo como alvo molecular o kDNA1 (qPCR-kDNA1) (diagnóstico e quantificação da cp). Os pacientes com cultura positiva foram submetidos a Multilocus Enzyme Electrophoresis (MLEE), padrão-ouro para caracterização de espécies de Leishmania . Realizou-se o acompanhamento de 21 indivíduos (8 PE; 13 AM), dos quais 8 (5 PE; 3 AM) eram do sexo feminino e 13 (3 PE; 10 AM) do sexo masculino. As partes do corpo mais acometidas pelas lesões foram os braços/mãos (48,48%) e pernas/pés (51,51%). Com relação ao número de lesões, 53,63% dos pacientes apresentaram 1 única lesão e 46,36% apresentaram entre 1 e 10 lesões. Destes 21 indivíduos, obteve-se amostras de sangue pré e pós-tratamento, com cp média de 38,53 fg/µL  e 12,07  fg/µL, respectivamente. Do total (21) de pacientes, 11 (52,38%) (7 PE; 4 AM) apresentaram cura clínica (cicatrização da lesão), dos quais 7 (63,63%) (5 PE; 2 AM) não exibiram cp na coleta pré-tratamento, 3 (27,27%) (1 PE; 2 AM) aumentaram a cp pós-tratamento, e 1 (9,09%) (1 AM) não expressou cp em ambas as coletas. Através da MLEE realizou-se a caracterização em 7 amostras, sendo 5 (4 PE; 1 AM) identificados como Leishmania (V.) braziliensis e 2 (AM) como Leishmania (V.) guyanensis . Portanto, o presente estudo teve relevância terapêutica, clínica e epidemiológica, concretizando a confiabilidade das demais formas de diagnósticos abordadas, para monitoramento da eficácia do tratamento, e prognóstico de possível recidiva.



Palavras-chaves:  Leishmaniose tegumentar americana, carga parasitária, acompanhamento