Análise Epidemiológica das Internações Hospitalares por HIV no Estado da Bahia.
VICTOR XAVIER DA SILVA 1, HEROS AURELIANO ANTUNES DA SILVA MAIA1, ANA CAROLINA SILVA ASSUNÇÃO 1, DEIVAM SÃO LEÃO LEITE 1, DYALLE COSTA E SILVA 1, FILIPE MOTA FREITAS 1, GRAÇAS DE MARIA DIAS REIS 1, ILANE MOREIRA FIGUEREDO 1, JOÃO MÁRIO AGUIAR ABRANTES DOURADO 1, JOICE DA SILVA SANTOS 1, MARIZE FONSECA DE OLIVEIRA 1, PRISCILA SOARES GARCIA 1
1. UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana, Curso de Medicina.
victorxavier.vxs@gmail.com

A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) ataca os linfócitos T-CD4 e torna o organismo mais suscetível a qualquer doença oportunista, sendo um problema de saúde mundial. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, em 2016 havia 36,7 milhões de pessoas vivendo com HIV. No Brasil tal agravo se tornou de notificação compulsória recentemente. Objetivou-se descrever as internações hospitalares pelo vírus HIV no estado da Bahia, através da lista de morbidade do CID-10, no período de 2008 a 2017, quanto às características sociodemográficas, financeiras e de mortalidade. Estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados foi o Sistema de Morbidade Hospitalar (SIH-SUS), do Ministério da Saúde (MS). Os dados foram tabulados em gráficos e tabelas através do Microsoft Excel 2010. Foram registradas 7.678 internações por HIV, com aumento de 40,1% entre os anos de 2008 e 2017. A capital Salvador concentrou 95,71% das internações. O sexo masculino correspondeu por 62,84% das internações, porém a razão entre sexos (masculino/feminino) sofreu redução de 1,97 em 2008 para 1,5 em 2017. A faixa etária predominante foi a de 30 a 39 anos (35,68%), seguida de 40 a 49 anos (28,49%). As internações com caráter de urgência corresponderam por 73,8%. O tempo de permanência médio das internações foi de 21,5 dias. O valor total das internações para o período foi de R$ 9,98 milhões; o valor médio foi de R$ 1.300,86. A taxa de mortalidade média para o período analisado foi de 18,16 óbitos/100 internações, maior em homens (19,32) que em mulheres (16,19), e nas faixas etárias de até 1 ano (28,57) e de 60 a 69 anos (27,57). A redução da razão entre os sexos nas internações é concordante com as tendências nacionais do HIV de feminização da epidemia, o que aponta o aumento da transmissão heterossexual. A maior frequência de internações de urgência pode refletir a ausência de diagnóstico da fase assintomática da doença. A menor adesão à terapia antirretroviral, inicio mais tardio e desvinculação dos serviços de tratamento podem explicar a maior mortalidade no sexo masculino. O HIV é problema de saúde pública no estado da Bahia, com frequência ainda em expansão, causa importante de gasto de verbas em saúde e de permanência prolongada nos leitos hospitalares.



Palavras-chaves:  AIDS, Epidemiologia, HIV, Saúde Pública