Tétano Acidental no Estado da Bahia: Análise Epidemiológica da Série Histórica de 2007 a 2017.
VICTOR XAVIER DA SILVA 1, HEROS AURELIANO ANTUNES DA SILVA MAIA1, ANA CAROLINA SILVA ASSUNÇÃO 1, DEIVAM SÃO LEÃO LEITE 1, DYALLE COSTA E SILVA 1, FILIPE MOTA FREITAS 1, GRAÇAS DE MARIA DIAS REIS 1, ILANE MOREIRA FIGUEREDO 1, JOÃO MÁRIO AGUIAR ABRANTES DOURADO1, JOICE DA SILVA SANTOS 1, MARIZE FONSECA DE OLIVEIRA 1, PRISCILA SOARES GARCIA 1
1. UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana, Curso de Medicina.
victorxavier.vxs@gmail.com

Tétano acidental é uma doença infecciosa não contagiosa, de diagnóstico clínico-epidemiológico, causada pela ação de endotoxinas da bactéria gram positiva Clostridium tetani , as quais provocam hiperexcitabilidade do sistema nervoso central. O quadro clínico é caracterizado por espasmos dos músculos ou hipertonia generalizada, como rigidez de nuca, opistótono (contratura da musculatura paravertebral), trismo (contratura da musculatura dos masseteres) e riso sardônico (contratura da musculatura facial). A infecção ocorre por introdução de esporos em soluções de continuidade da pele e mucosas. Buscou-se traçar o perfil clínico-epidemiológico dos casos confirmados de tétano acidental no estado da Bahia entre 2007 a 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados é o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde. Os dados foram tabulados em gráficos e tabelas através do Microsoft Excel 2010. Foram notificados 225 casos de tétano acidental, com média de 20,45 casos/ano. Houve um pico de notificação em 2011, que concentrou 16% dos casos. Do total de casos, 88% ocorreram no sexo masculino, 64,45% na raça/cor parda, 17,33% na escolaridade de 1ª a 4ª séries incompletas do ensino fundamental I e 73,3% em zona de residência urbana. A faixa etária mais acometida foi a de 20-59 anos, com 68% dos casos. A evolução foi cura em 51,55%, óbito por tétano em 31,11% e 14,22% tiveram esse dado ignorado/em branco. A situação epidemiológica do tétano acidental na Bahia segue a tendência nacional, que a partir da década de 90, mostrou aumento na ocorrência de casos em zona urbana de residência, o que pode ser atribuído ao êxodo rural, no sexo masculino e baixa escolaridade, principalmente na faixa etária de maior atividade laboral, pela maior exposição a acidentes e maior frequência da não vacinação. A vacinação antitetânica é realizada em 3 doses com 0, 2 e 4 a 8 meses e reforços da dTpa a cada 10 anos. A taxa de letalidade em países desenvolvidos fica entre 10 e 17%, em detrimento da alta taxa de letalidade (31,1%) existente na Bahia. É necessário reforçar as ações preventivas de saúde, principalmente a vacinação antitetânica (toxóide tetânico), e ações de educação profissional para o completo preenchimento da ficha de notificação.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Mortalidade, Tétano, Toxoide Tetânico