Tétano Acidental no Estado da Bahia: Análise Epidemiológica da Série Histórica de 2007 a 2017. |
Tétano acidental é uma doença infecciosa não contagiosa, de diagnóstico clínico-epidemiológico, causada pela ação de endotoxinas da bactéria gram positiva Clostridium tetani , as quais provocam hiperexcitabilidade do sistema nervoso central. O quadro clínico é caracterizado por espasmos dos músculos ou hipertonia generalizada, como rigidez de nuca, opistótono (contratura da musculatura paravertebral), trismo (contratura da musculatura dos masseteres) e riso sardônico (contratura da musculatura facial). A infecção ocorre por introdução de esporos em soluções de continuidade da pele e mucosas. Buscou-se traçar o perfil clínico-epidemiológico dos casos confirmados de tétano acidental no estado da Bahia entre 2007 a 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados é o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde. Os dados foram tabulados em gráficos e tabelas através do Microsoft Excel 2010. Foram notificados 225 casos de tétano acidental, com média de 20,45 casos/ano. Houve um pico de notificação em 2011, que concentrou 16% dos casos. Do total de casos, 88% ocorreram no sexo masculino, 64,45% na raça/cor parda, 17,33% na escolaridade de 1ª a 4ª séries incompletas do ensino fundamental I e 73,3% em zona de residência urbana. A faixa etária mais acometida foi a de 20-59 anos, com 68% dos casos. A evolução foi cura em 51,55%, óbito por tétano em 31,11% e 14,22% tiveram esse dado ignorado/em branco. A situação epidemiológica do tétano acidental na Bahia segue a tendência nacional, que a partir da década de 90, mostrou aumento na ocorrência de casos em zona urbana de residência, o que pode ser atribuído ao êxodo rural, no sexo masculino e baixa escolaridade, principalmente na faixa etária de maior atividade laboral, pela maior exposição a acidentes e maior frequência da não vacinação. A vacinação antitetânica é realizada em 3 doses com 0, 2 e 4 a 8 meses e reforços da dTpa a cada 10 anos. A taxa de letalidade em países desenvolvidos fica entre 10 e 17%, em detrimento da alta taxa de letalidade (31,1%) existente na Bahia. É necessário reforçar as ações preventivas de saúde, principalmente a vacinação antitetânica (toxóide tetânico), e ações de educação profissional para o completo preenchimento da ficha de notificação. |