FUSARIUM RIOGRANDENSE: AGENTE DE FUSARIOSE INVASIVA EM PACIENTE COM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA
MARIANA DE LIRA NUNES 6, MARIA ROSA DE LIRA NUNES6, ALINE VASCONCELOS FERNANDES6, MARIANA FAJARDO CORREIA LANDIM6, PRISCILA DALLÉ DA ROSA6, ALEXANDRE MENEGHELLO FUENTEFRIA6, LUCIANO GOLDANI6, EDSON BARBOSA DE SOUZA6, ALDENIZE PIMENTEL DE SOUZA6, NICÁCIO DE OLIVEIRA FREITAS6
1. HCRS - Hospital de Clinicas de Porto Alegre, 2. UFRGS - Programa de Pós-graduação em Medicina: Ciências Médicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 3. UFRGS - Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal do Rio grande do Sul, 4. HCUFPE - Hospital das Clínicas da UFPE, 5. SEPE - Secretaria de Educação de Pernambuco, 6. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
mariananunes52@gmail.com

A infecção por Fusarium sp. é potencialmente grave em pacientes imunocomprometidos, sobretudo naqueles portadores de neoplasias hematológicas. Além disso, pacientes com rinossinusite fúngica invasiva aguda apresentam mortalidade de 67%. O objetivo desse trabalho foi relatar o caso de fusariose invasiva em paciente com leucemialinfoblástica aguda (LLA) por uma espécie nunca antes descrita de Fusarium. Paciente com diagnóstico de LLA tipo B recidivado com 15 anos de idade, sexo masculino, foi encaminhado ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre com sangramento na mucosa oral, neutropenia, febre e uma lesão ulcerada na perna direita, devido uma queda há 20 dias. O medulograma após a primeira parte do tratamento continham 2% de blastos malignos. A segunda parte do tratamento foi com metotrexato e citarabina com metilpredson e itraconazol. Uma amostra da lesão da cavidade nasal foi recolhida para o exame micológico, revelou a presença de hifas hialinas e macroconídios, cultura positiva para o Fusarium sp. O paciente foi tratado com sucesso com antifúngico voriconazol. Também foram realizados tomografia computadorizada de alta resolução e radiografia do tórax para auxiliar no diagnóstico de infeção pelo Fusarium. Realizou-se o microcultivo para identificação microscópica e o sequenciamento para identificação a nível de espécie. O isolado foi cultivado em meio ágar Sabouraud com cloranfenicol, incubadas a 25°C por 7 dias antes da extração do DNA. O DNA foi extraído utilizando o Mini Kit-Qiagen e amplificado pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) usando os genes EF-1α e RPB2. Os produtos amplificados foram separados em gel de agarose a 1,5% e quantificados em comparação com o Low Mass (Invitrogen). Posteriormente, foram purificados utilizando a enzima EXOSAP e sequenciados.  As sequências obtidas foram editadas no programa CHROMAS PRO e depois comparadas com o banco de dados MLST. Observou-se que uma nova espécie de fungo oportunista Fusarium riograndense infectou um paciente imunodeprimido na comunidade. Espécie essa que tem relação direta com fungos que parasitam vegetais, pertencente ao complexo de espécies do F. solani (FSSC), complexo mais virulento e mais prevalente em doenças em animais. Concluiu-se que, com avanço das técnicas de biologia molecular e o uso do sequenciamento foi possível identificar uma nova espécie de Fusarium e que a incidência da fusariose invasiva vem crescendo nos pacientes com leucemias.



Palavras-chaves:  Fusarium riograndense, fusariose, leucemia