LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA EM PERNAMBUCO: ZONA DE RESIDÊNCIA E SUA RELAÇÃO COM OS CRITÉRIOS DE CONFIRMAÇÃO E EVOLUÇÃO DOS CASOS |
A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma parasitose que acomete a pele e mucosas humanas. É um agravo alvo de muitas pesquisas no Brasil, mas continua sendo um problema para a saúde pública, devido a persistência da morbidade. A análise dos registros de notificação em relação a evolução dos casos e dos critérios de confirmação, são essenciais para o sucesso no controle da doença. Outro fator considerado é a localidade de ocorrência da doença e a influência sobre sua epidemiologia. Estudos sobre os aspectos citados são importantes para subsidiar as ações dos gestores e unidades de saúde, principalmente em áreas endêmicas, como ocorre em Pernambuco. Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi analisar os casos de LTA ocorridos em Pernambuco quanto ao critério de confirmação e evolução dos casos em relação a zona de residência dos pacientes. Para isto, foi realizado um estudo do tipo descritivo, transversal, retrospectivo, com dados secundários coletados no site do DATASUS a partir da sequência: Informação em Saúde (tabenet)/Epidemiologia e Morbidade/Doenças e Agravos de Notificação/Ano de 2017/Leishmaniose Tegumentar Americana/Estado de Pernambuco. Foram quantificados os critérios de confirmação (clínico-laboratorial ou clínico-epidemiológico), a evolução dos casos (ignorado, cura, abandono, óbito por LTA, óbito por outra doença, transferência e mudança de diagnóstico) e determinados a relação de dependência com as zonas de residência (zona urbana, rural, periurbana e ignorado) através do teste Qui-quadrado (p<0,05). Os resultados demonstraram que a maior parte da confirmação dos casos foi por critérios epidemiológicos (ca 79%), sendo metade na zona rural de Pernambuco, o que pode ser um reflexo da escassez de recursos para o diagnóstico laboratorial da doença. Em relação a evolução dos casos aproximadamente 65% resultou em cura, 2,5% (abandono), 4,5% (mudança no diagnóstico) e menos de 1% em morte por LTA. Por outro lado, um percentual expressivo (ca. 28%) foi registrado como ignorado quanto a evolução dos casos. Não houve relação significativa de dependência entre as variáveis analisadas, embora o critério de confirmação da LTA mais utilizado foi o clínico-epidemiológico na zona rural. Estratégias de monitoramento devem ser empregadas para reduzir o percentual de registros ignorados quanto ao desfecho dos casos e outros estudos com um período maior de coleta dos dados devem ser conduzidos para confirmação dos padrões obtidos na pesquisa. |