LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA EM PERNAMBUCO: ZONA DE RESIDÊNCIA E SUA RELAÇÃO COM OS CRITÉRIOS DE CONFIRMAÇÃO E EVOLUÇÃO DOS CASOS
MARIANA FAJARDO CORREIA LANDIM 1, MARIANA DE LIRA NUNES1, ALINE VASCONCELOS FERNANDES1, MARIA ROSA DE LIRA NUNES1, ALDENIZE PIMENTEL DE SOUZA1, GUTEMBERG FELIX FERREIRA1, GABRIEL GUSTAVO SANTANA DA SILVA1, ICARO PEDRO DO NASCIMENTO1, NICÁCIO DE OLIVEIRA FREITAS1, EDSON BARBOSA DE SOUZA1
1. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco, 2. HC- UFPE - Hospital das Clínicas de Pernambuco, 3. UVZ - Unidade de Vigilância das Zoonoses, 4. UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, 5. HULW - Hospital Universitário Lauro Wanderley, 6. SEE-PE - Secretaria de Educação de Pernambuco
marianafclandim@gmail.com

A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma parasitose que acomete a pele e mucosas humanas. É um agravo alvo de muitas pesquisas no Brasil, mas continua sendo um problema para a saúde pública, devido a persistência da morbidade. A análise dos registros de notificação em relação a evolução dos casos e dos critérios de confirmação, são essenciais para o sucesso no controle da doença. Outro fator considerado é a localidade de ocorrência da doença e a influência sobre sua epidemiologia. Estudos sobre os aspectos citados são importantes para subsidiar as ações dos gestores e unidades de saúde, principalmente em áreas endêmicas, como ocorre em Pernambuco. Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi analisar os casos de LTA ocorridos em Pernambuco quanto ao critério de confirmação e evolução dos casos em relação a zona de residência dos pacientes. Para isto, foi realizado um estudo do tipo descritivo, transversal, retrospectivo, com dados secundários coletados no site do DATASUS a partir da sequência: Informação em Saúde (tabenet)/Epidemiologia e Morbidade/Doenças e Agravos de Notificação/Ano de 2017/Leishmaniose Tegumentar Americana/Estado de Pernambuco. Foram quantificados os critérios de confirmação (clínico-laboratorial ou clínico-epidemiológico), a evolução dos casos (ignorado, cura, abandono, óbito por LTA, óbito por outra doença, transferência e mudança de diagnóstico) e determinados a relação de dependência com as zonas de residência (zona urbana, rural, periurbana e ignorado) através do teste Qui-quadrado (p<0,05). Os resultados demonstraram que a maior parte da confirmação dos casos foi por critérios epidemiológicos (ca 79%), sendo metade na zona rural de Pernambuco, o que pode ser um reflexo da escassez de recursos para o diagnóstico laboratorial da doença. Em relação a evolução dos casos aproximadamente 65% resultou em cura, 2,5% (abandono), 4,5% (mudança no diagnóstico) e menos de 1% em morte por LTA. Por outro lado, um percentual expressivo (ca. 28%) foi registrado como ignorado quanto a evolução dos casos. Não houve relação significativa de dependência entre as variáveis analisadas, embora o critério de confirmação da LTA mais utilizado foi o clínico-epidemiológico na zona rural. Estratégias de monitoramento devem ser empregadas para reduzir o percentual de registros ignorados quanto ao desfecho dos casos e outros estudos com um período maior de coleta dos dados devem ser conduzidos para confirmação dos padrões obtidos na pesquisa.



Palavras-chaves:  Doenças negligenciadas, Epidemiologia, Leishmaniose cutânea