CAVITAÇÃO TUBERCULOSA PULMONAR E ASPERGILOMA EM PACIENTE IMUNOSSUPRIMIDO: RELATO DE CASO
JOÃO VICTOR VASCONCELOS DE ARAÚJO 2,1, LUCAS BARBOSA DE ABREU2,1, GABRIELA MELO CARVALHO2,1, DANIELA DE ARAÚJO VIANA MARQUES2,1, ESTER MORAIS REIS2,1, HILKA MARCELA DE LIMA COSTA2,1, HALAN VITOR CORREIA EVANGELISTA VIEIRA2,1, PEDRO HENRIQUE DE OLIVEIRA BRANCO2,1, SILVANA DE FÁTIMA FERREIRA DA SILVA CAIRES2,1, MARIA LUIZA CARVALHO NEVES2,1
1. UPE - Universidade de Pernambuco, 2. FCM - Faculdade de Ciências Médicas, 3. ICB - Instituto de Ciências Biológicas
joaovasconcelosar@gmail.com

Pacientes imunossuprimidos frequentemente apresentam incidência de coinfecções. Assim, acometimentos secundários ocorrem com frequência, como a Aspergilose. Essa infecção fúngica é causada pelo Aspergillus spp., fungo de contágio majoritário por via aérea e considerado oportunista, uma vez que atinge pacientes imunodeprimidos. No caso da forma clínica pulmonar, se aloja em lesões preexistentes, formando o aspergiloma ou bola fúngica. Nesse caso, a fibrose e epitelização, existentes na cavidade e em sua periferia, prejudicam a fagocitose desses fungos, facilitando, então, sua colonização. Nesse contexto, observou-se um paciente masculino, 50 anos, com histórico de tuberculose pulmonar tratada há 10 anos, com recente agudização do quadro de AIDS e apresentando Aspergilose, Ptiríase Versicolor e Sífilis terciária. Utilizou-se um desenho de estudo descritivo, por meio de relato de caso de paciente internado no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Recife/PE, no primeiro semestre de 2018, depois de internações recorrentes durante os últimos anos. As informações foram obtidas através de leitura do prontuário, realização de anamnese, registro fotográfico dos métodos diagnósticos e revisão de literatura. O paciente não apresentou sintomatologia característica da doença, como tosse, dispneia ou hemoptise. Apesar disso, teve quadros esporádicos de febre, perda ponderal de peso e astenia. A história pregressa conduziu à suspeita de aspergilose. Foi apresentada uma série de infecções típicas do quadro de imunossupressão, como o contágio pelo bacilo de Koch e posterior alojamento de Aspergillus spp. em cavitação pulmonar decorrente de tuberculose. O aspergiloma foi confirmado através de tomografia computadorizada do tórax, com visualização de massa fúngica. Essa apresentação mais inativa se caracteriza por um quadro clínico amenizado na maioria das situações.  A análise do caso evidenciou a vulnerabilidade do paciente diante da parada de medicação antirretroviral devido a quadro de depressão, ocorrido no trimestre anterior ao seu internamento – em março de 2018. O tratamento administrado foi à base de Anfotericina B. Faz-se válida a continuidade de acompanhamento com exames complementares, sendo importante para auxiliar na escolha de uma melhor terapêutica (medicamentosa e/ou cirúrgica) e tratamentos alternativos às infeções oportunistas, contribuindo, assim, na melhoria da qualidade de vida do paciente e amenizando riscos inerentes à saúde pública.



Palavras-chaves:  Coinfecção, Imunodeficiência, Doença Oportunista, Micose Pulmonar, Saúde Pública