CAVITAÇÃO TUBERCULOSA PULMONAR E ASPERGILOMA EM PACIENTE IMUNOSSUPRIMIDO: RELATO DE CASO |
Pacientes imunossuprimidos frequentemente apresentam incidência de coinfecções. Assim, acometimentos secundários ocorrem com frequência, como a Aspergilose. Essa infecção fúngica é causada pelo Aspergillus spp., fungo de contágio majoritário por via aérea e considerado oportunista, uma vez que atinge pacientes imunodeprimidos. No caso da forma clínica pulmonar, se aloja em lesões preexistentes, formando o aspergiloma ou bola fúngica. Nesse caso, a fibrose e epitelização, existentes na cavidade e em sua periferia, prejudicam a fagocitose desses fungos, facilitando, então, sua colonização. Nesse contexto, observou-se um paciente masculino, 50 anos, com histórico de tuberculose pulmonar tratada há 10 anos, com recente agudização do quadro de AIDS e apresentando Aspergilose, Ptiríase Versicolor e Sífilis terciária. Utilizou-se um desenho de estudo descritivo, por meio de relato de caso de paciente internado no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Recife/PE, no primeiro semestre de 2018, depois de internações recorrentes durante os últimos anos. As informações foram obtidas através de leitura do prontuário, realização de anamnese, registro fotográfico dos métodos diagnósticos e revisão de literatura. O paciente não apresentou sintomatologia característica da doença, como tosse, dispneia ou hemoptise. Apesar disso, teve quadros esporádicos de febre, perda ponderal de peso e astenia. A história pregressa conduziu à suspeita de aspergilose. Foi apresentada uma série de infecções típicas do quadro de imunossupressão, como o contágio pelo bacilo de Koch e posterior alojamento de Aspergillus spp. em cavitação pulmonar decorrente de tuberculose. O aspergiloma foi confirmado através de tomografia computadorizada do tórax, com visualização de massa fúngica. Essa apresentação mais inativa se caracteriza por um quadro clínico amenizado na maioria das situações. A análise do caso evidenciou a vulnerabilidade do paciente diante da parada de medicação antirretroviral devido a quadro de depressão, ocorrido no trimestre anterior ao seu internamento – em março de 2018. O tratamento administrado foi à base de Anfotericina B. Faz-se válida a continuidade de acompanhamento com exames complementares, sendo importante para auxiliar na escolha de uma melhor terapêutica (medicamentosa e/ou cirúrgica) e tratamentos alternativos às infeções oportunistas, contribuindo, assim, na melhoria da qualidade de vida do paciente e amenizando riscos inerentes à saúde pública. |