ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS EM SÃO LOURENÇO DA MATA/PE NO PERÍODO DE 2012-2017: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
JÚLIO CESAR PEREIRA DA SILVA JÚNIOR ¹, JOÃO VICTOR VASCONCELOS DE ARAÚJO¹, TAYLANE ALVES DA SILVA¹, ANDRÉA LUIZA CAVALCANTI PINTO¹, VALMIR CORREIA DE MELO¹
1. DMV, UFRPE - Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2. FCM, UPE - Faculdade de Ciências Médicas, Universidade de Pernambuco, 3. SMS, SLM - Secretaria Municipal de Saúde, Prefeitura de São Lourenço da Mata
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Acidentes com animais peçonhentos (AAP) caracterizam-se como problema de saúde pública relevante, sendo classificados como agravos de notificação obrigatória. Mudanças nos fatores condicionantes da ocorrência desses agravos necessitam ser interpretadas, frente às interações ambientais e sociais que refletem nas características epidemiológicas, possibilitando a prevenção e controle dos AAP. Objetivou-se descrever o perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos notificados no município de São Lourenço da Mata/PE para avaliar a necessidade de implementações no sistema de saúde. Realizou-se uma análise descritiva, retrospectiva e epidemiológica dos AAP ocorridos no período de 2012 a 2017, contidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Análises estatísticas foram realizadas para relacionar variáveis, em valores relativos. No período verificado, houve a notificação oficial de 923 casos, sendo 78,11% autóctones e 20,8% ocorridos em municípios limítrofes. Os casos urbanos resultaram em 72,16% das ocorrências; 23,08% das notificações não tiveram a zona geográfica de ocorrência sinalizada. Dos acidentados, 53,63% foram do sexo feminino. Com relação ao tipo de acidente, o escorpianismo resultou em 78,98%; espécie marcada como “outros” 5,63% e dado ignorado em 4,98% dos casos. O período de veraneio (setembro a abril) concentrou 66,20% dos acidentes. A escolaridade foi ignorada em 85,37% das notificações. Acerca do local corpóreo de picada, os membros pélvicos foram assinalados em 39,87%; membros torácicos, 7,91%; cabeça, 4,33%; tronco, 1,73% e ignoraram-se 20,04% dos casos. O tempo médio entre o acidente e o atendimento foi inferior ou igual a 03 horas em 60,78% dos casos, sendo a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA São Lourenço da Mata) responsável por 85,70% dos atendimentos. A letalidade representou 0,33% e a cura ocorreu em 95,02% das notificações. Notificações no meio urbano destacam-se pelo número de casos, além da ocorrência de notificações em acidentados do sexo feminino, diferindo de outros estudos. A presença da UPA no território pode justificar a absorção de casos importados. A compreensão da situação epidemiológica, social e ambiental pode auxiliar na elaboração de estratégias que objetivem melhores condições na coleta de informações e na notificação dos acidentes e, assim, intervenções com o intuito de reduzir os casos no municípios e áreas circunvizinhas.