AVALIAÇÃO ANTROPOGÊNICA RELACIONADA AOS NÍVEIS DE METILMERCÚRIO NO SANGUE DE PEIXES EM DUAS LOCALIDADES DO RIO MADEIRA – RONDÔNIA
MAYRA ROBERTA CUNHA DA SILVA 1, ALESSANDRA DA SILVA BASTOS1, ISABELLE SOUSA DE ARAÚJO1, FÁBIO MARCONSO DE HOLANDA SALES FILHO1, ROSIMEIRE CRISTINA DALLA MARTHA1, WANDERLEY RODRIGUES BASTOS1, ELIETH AFONSO DE MESQUITA1
1. UNIR - UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA, 2. CEPEM - Centro de Pesquisa em Medicina Tropical
MAYRACUNHA13@GMAIL.COM

A maior parte do mercúrio (Hg) despejado no meio ambiente é sedimentado nas águas e se transforma em outro composto, o metilmercúrio (MeHg), devido a ação de bactérias. Tóxico ao ser humano, este metal pode ser absorvido por várias vias provocando inúmeras alterações e riscos à saúde, mesmo em baixas concentrações. Os elevados índices de exposição humana ao Hg pela contaminação ambiental foram considerados problema de saúde pública, levando a OMS à tomadas de medidas para reduzir a exposição humana ao metal no Brasil. Devido a região de Porto Velho/RO ter sido assolada, por décadas, ao extrativismo mineral nos rios que banham o Estado e que, estes regam agriculturas e disponibilizam fonte de alimentos a outros animais, como o homem, há necessidade de verificar se o índice mercurial nos peixes do Rio Madeira/RO está dentro dos parâmetros regulamentados pela OMS, permitido para consumo humano. Com intuito de correlacionar os níveis de Hg total e MeHg no sangue de peixes do Rio Madeira, ocasionados por ações antropogênicas e promovendo efeito bioacumulativo, está sendo realizada a captura dos peixes no Rio Madeira, antes da usina de Jirau e depois da usina de Santo Antônio. As amostras obtidas são de peixes oriundos de pescas profissionais para consumo da população. A identificação morfológica da espécie ocorre no local, nome popular, porém há registro fotográfico e biometria de cada indivíduo amostral para confirmação com a literatura. A coleta ocorre por venopunção do vaso localizado na região caudal, sendo o sangue armazenado em microtubos contendo heparina e mantido sob refrigeração. A amostra é aliquotada para análise molecular, identificação espécie/específica  (Nested de PCR) e para análise físico/químico (quantificação mercurial) por espectrometria de absorção atômica com geração de vapor frio. Dentre as 60 amostras obtidas, 5 espécies foram identificadas: pacú, sardinha, pintadinho, piau e mandi. Os resultados preliminares demonstraram que a sardinha e o pintadinho possuem um nível de Hg sanguíneo acima do parâmetro sugerido como propício para consumo. Sendo que a concentração maior encontra-se na sardinha. Apesar de ainda estarmos em fase preliminar, os resultados nos permitem analisar 2 espécies com hábitos alimentares distintos: um carnívoro, o pintadinho, e outro herbívoro, a sardinha, que contrariam o fenômeno da bioacumulação à níveis tróficos, porém colocam em risco as pessoas que os apreciam à mesa.



Palavras-chaves:  Bioacumulação, Metilmercúrio, Rio Madeira