CONTROLE DE Aedes aegypti COM PYRIPROXYFEN DISSEMINADO POR MOSQUITOS: AVALIAÇÃO DO MONITORAMENTO ENTOMOLÓGICO COM OVITRAMPAS
TAÍS OLIVEIRA DE ARAÚJO 1, KLAUSS GARCIA KLEYDMANN1, HANID DE S. VERSIANI1, JOÃO PAULO ARAÚJO DA CONCEIÇÃO1, GUSTAVO DIAS GOMES1, THAIS T.C. MINUZZI-SOUZA1, ELISA NEVES VIANNA1, NADJAR NITZ1, MARCOS TAKASHI OBARA1, RENATA VELÔZO TIMBÓ1, VINICIOS GABRIEL COELHO BARBOSA1, MARIDALVA SOUTO P. REZENDE1, LUCIANA PEREIRA FREIRE1, GLAUCO DE OLIVEIRA MACEDO1, HENRIQUE PEREIRA CASTRO1, VERONICA RACHEL CUNHA KERSTING1, BRUNO LOPES CARVALHO1, WALTER MASSA RAMALHO1, ISRAEL M. MOREIRA1, LORRAINY ANASTÁCIO BARTASSON1, FERNANDO ABAD-FRANCH1, RODRIGO GURGEL-GONÇALVES1
1. LPMBV - Laboratório de Parasitologia Médica e Biologia de Vetores, 2. NMT - Núcleo de Medicina Tropical, 3. LIB - Laboratório Interdisciplinar de Biociências, 4. DIVAL - Diretoria de Vigilância Ambiental, 5. IRR - Instituto René Rachou – Fiocruz Minas Gerais
TAIS.UNB.BIO@GMAIL.COM

As doenças transmitidas por Aedes aegypti estão entre os maiores problemas globais de saúde pública. O controle de larvas do mosquito é essencial para a prevenção dessas doenças, mas sua eficácia é limitada pelo fato de que os criadouros de Ae. aegypti são frequentemente difíceis de localizar ou inacessíveis. A disseminação do larvicida pyriproxyfen (PPF) pelos próprios mosquitos até criadouros não tratados é uma alternativa promissora. A eficácia desta estratégia tem sido examinada utilizando indicadores entomológicos; o método mais simples e prático (e o mais utilizado na vigilância de rotina) é provavelmente o monitoramento de ovos de Ae. aegypti (presença/ausência ou densidade) em ovitrampas.Contudo, não existe uma avaliação sistemática do impacto da autodisseminação de PPF sobre estes indicadores baseados em ovitrampas. Neste trabalho, comparamos a presença/ausência e densidade de ovos de Ae. aegypti em ovitrampas instaladas em duas áreas do Distrito Federal, Brasil – uma área de intervenção (AI) com 150 estações disseminadoras (EDs) de PPF e uma área controle (AC) com características semelhantes, mas sem EDs. Sessenta ovitrampas foram instaladas mensalmente (janeiro 2017–junho 2018), por quatro dias, em pontos regularmente distribuídos em cada área; as EDs foram instaladas e mantidas na AI entre março 2017 e março 2018. Os ovos de Ae. aegypti presentes nas paletas das ovitrampas foram contados para calcular a proporção de ovitrampas positivas (POP) e a densidade de ovos (DO). Contamos 43951 ovos viáveis em 458 ovitrampas positivas (21.6%). Na AI, a POP foi de 19,2% antes, 14,7% durante, e 43,3% depois da a disseminação de PPF; na AC, os valores foram 32,0%, 20,2% e 42,5%, respectivamente. Os valores de DO se mantiveram estáveis antes e durante a disseminação tanto na AI (13,3 e 13,8 ovos/ovitrampa) quanto na AC (21,4 e 17,3),e aumentaram nos meses posteriores à retirada das EDs (60,9 e 56,9 ovos/ovitrampa, respectivamente). Os valores de POP e DO foram claramente maiores nos meses chuvosos (janeiro-março) em ambas as áreas. A discreta diminuição da POP e os valores ligeiramente menores de DO na área de intervenção contrastam com a diminuição de 86% na densidade de Ae. aegypti adultos que as equipes do projeto registraram na mesma área e no mesmo período. Em conjunto, estes resultados sugerem que as ovitrampas, e os dados derivados delas, são de utilidade limitada na avaliação da estratégia de controle de mosquitos urbanos por autodisseminação de PPF.



Palavras-chaves:  Aedes aegypti, ovitrampa, Pyriproxyfen