SOROPREVALÊNCIA PARA ZIKA E DENGUE EM MULHERES PUÉRPERAS APÓS A EPIDEMIA DE ZIKA EM SALVADOR, BAHIA
MARCOS VINICIUS LIMA DE OLIVEIRA FRANCISCO 1, CLEITON SILVA SANTOS1, PEDRO PAULO BASTOS FILHO1, DANIEL VIEIRA BROWNE RIBEIRO1, INDIRA MARIA BERTANI DE ARAÚJO1, BERNARDO GRATIVAL GOUVEA COSTA1, HANNA RETALLACK1, JAYAN RAJAN1, ISADORA CRISTINA DE SIQUEIRA1
1. IGM - Instituto Gonçalo Moniz, 2. IPERBA - Instituto de Perinatologia da Bahia, 3. UCSF - University of California San Francisco
marcosv19@live.com

Dengue é uma doença endêmica no Brasil há décadas. Entre os anos de 2015 e 2016 o Brasil foi afetado por um surto de infecção pelo vírus Zika (ZIKV) sem precedentes, que atingiu diversas regiões do país, incluindo o estado da Bahia e sua capital Salvador. Um dos grupos populacionais mais susceptíveis é o de gestantes, devido ao risco de infecção congênita por Zika. Neste contexto os estudos de soroprevalência mostram-se importantes para definir a exposição e susceptibilidade das gestantes e puérperas. Assim, com objetivo de realizar uma soroprevalência através da detecção de anticorpos IgG para Dengue e Zika em mulheres admitidas em uma maternidade de Salvador, foi realizado um estudo de corte transversal com inclusão de casos no período de setembro a novembro de 2017, após o período de epidemia de Zika. Foram incluídas mulheres puérperas consecutivas admitidas em uma maternidade de referência em Salvador que concordaram com a participação. A estas mulheres foi aplicado questionário padronizado para coleta de dados socioepidemiológicos, estes, foram geridos na plataforma online RedCap. Sendo coletadas amostras biológicas e realizadas sorologias utilizando os kits comerciais (Euroimmun) conforme recomendação do fabricante. Avaliamos 308 parturientes com idade média de 27,2 anos. Destas 51,9% se declararam pardas, 40,3% negras e 7,8% brancas. 30,8% tinham até o nivel médio completo. 34 (11%) referiram infecção por dengue e 69 (22,4%) afirmaram ter tido zika. A sorologia anti-zika IgG foi positiva em 171 (56,8%) das 301 amostras testadas e 275 (91,3%) apresentaram positividade anti-dengue IgG. Até o momento existem poucos trabalhos de soroprevalência durante e após o surto de ZIKV, uma dificuldade para realização deste tipo de estudo é a heterologia e epidemias simultâneas dos vírus. Durante a epidemia de Zika um estudo sorológico conduzido em Salvador, utilizando como metodologia a detecção de anticorpos IgG, apontou uma positividade de 59,3% para Zika em 257 parturientes, dados semelhantes aos encontrados no estudo atual após a epidemia. Além disto nota-se uma disparidade quanto a quantidade de mulheres que referiram ter tido Zika ou Dengue e os resultados das sorologias, possivelmente, devido a não presença de sintomas clínicos decorrentes da infecção, esclarecendo a importância da vigilância e elaboração de medidas preventivas para possíveis surtos posteriores especialmente para o grupo de gestantes.

Palavras-chave: Dengue, soroprevalência, Zika.



Palavras-chaves:  Zika, Dengue, soroprevalência