7. FATORES DE RISCO EM BAIRROS COM ELEVADOS ÍNDICES DE INFESTAÇÃO PREDIAL DO AEDES AEGYPTI NO MUNICÍPIO MOSSORÓ-RN
PÉRSIDE DOS SANTOS PINHEIRO1, THAÍSA ÁLLYA ALMEIDA E SOUSA1, JOÃO PAULO DE FREITAS1, TIAGO DINIZ GURGEL1, MARIA MARÍLIA LEITE CARLOS1, MARIA DE FÁTIMA DE MELO FREIRE XIMENES1, PATRICIA BATISTA BARRA MEDEIROS BARBOSA 1
1. UERN - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, 2. UFRN - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
patriciabbarra@gmail.com

O predomínio de criadouros no ambiente domiciliar torna a participação popular fundamental nas ações de controle do Aedes aegypti L. Por meio de inquérito domiciliar o presente estudo objetivou analisar dois bairros do município de Mossoró-RN, detentores de elevados índices de infestação predial (média anual em 2016 acima de 12). O protocolo utilizado foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 43784015.5.0000.5294). O número mínimo amostral foi calculado usando o programa Epi Info 7. Para comparação das médias foi utilizado os teste t e qui-quadrado com intervalo de confiança de 95%. Foram realizados inquéritos em 190 domicílios aleatoriamente selecionados nos bairros Planalto 13 de Maio (P13M) e Dom Jaime Câmara (DJC).  Do total dos entrevistados, 29% afirmaram que já tiveram dengue, enquanto que 45% conhecem algum familiar ou amigo que já foi infectado. Elevado percentual da população estudada afirmou dispor de serviços básicos essenciais, como água encanada (P13M = 99%; DJC = 100%) e coleta regular do lixo (P13M = 96%; DJC = 95%) e recebem a vistoria regular dos agentes de endemias (P13M = 77%; DJC = 86%). Todavia, em ambos, os bairros foram relatados falhas no fornecimento da água (P13M = 49%; DJC = 68%), existência de terrenos baldios com lixos (P13M = 44%; DJC = 53%) e imóveis fechados ou abandonados (P13M = 28%; DJC = 25%), fatores que favorecem os criadouros. A televisão foi indicada como a principal fonte de informação sobre o tema (82,1%), e os entrevistados apresentaram elevados índices de acertos sobre sintomas, transmissão, medidas de controle da dengue, mas o  reconhecimento das formas aquáticas foi deficiente (P13M = 34%; DJC = 37%). Embora mais de 90% dos moradores reconheçam que são responsáveis pelo controle da dengue e afirmem que realizam ações de controle em seu domicilio, potenciais criadouros (P13M = 79,8%; DJC = 68,4%) e focos (P13M = 23,1%; DJC = 26,3%) foram encontrados. Apenas o inseto A. aegypti foi identificado, sendo encontrados principalmente  em depósitos destinados ao armazenamento de água, como caixa d’águas, tanques e toneis. É provável que a deficiência no reconhecimento das formas jovens comprometa a participação do morador no controle do A. aegypti , pois o inabilita no reconhecimento dos focos. Não obstante a necessidade de campanhas educativas direcionadas, a eficácia das campanhas dependerá também da oferta de serviços públicos regulares, especialmente o fornecimento regular de água.



Palavras-chaves:  Educação em saúde, Prevenção arboviroses, Inquérito domiciliar