PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE DA DOENÇA DE CHAGAS NO POVOADO MALHADA GRANDE, MUNICÍPIO DE PAULO AFONSO, BAHIA. |
A doença de Chagas (DC) pode ser definida como antropozoonose, causada pelo Trypanossoma cruzi ( T. cruzi ). O parasito induz no ser humano eventos patológicos, principalmente, no tubo digestivo, coração e sistema nervoso, gerando elevados custos em saúde. A transmissão vetorial por triatomíneos, conhecidos popularmente como barbeiros é a 2ª mais notificada no país. Paulo Afonso, município baiano, apresenta fatores propícios ao desenvolvimento desses insetos, como clima tropical semi-árido e acidentes geográficos que os abrigam. Há na cidade o Triatoma brasiliensis , uma das espécies mais relevantes na transmissão domiciliar. Neste cenário, objetivou-se realizar levantamento entomológico dos triatomíneos, bem como promover estratégias educacionais e promotoras da saúde no povoado Malhada Grande, comunidade rural de Paulo Afonso, entre os meses de março de 2017 a março de 2018. Efetuaram-se 28 visitas ao Posto de Informação de Triatomíneos, realizando atividade de educação em saúde por meio de palestras, banner e panfletos sobre a DC, assim como distribuição de potes para captura de barbeiros e o encaminhamento daqueles capturados, no domicílio, pela comunidade à UCZ. Foram analisados 11 Triatoma brasiliensis , fêmeas, sendo uma infectada com o T. cruzi . Acompanhou-se a borrifação domiciliar pela equipe da UCZ e compartilharam-se informações sobre a DC nessas residências. Realizou-se intervenção em saúde, por meio da confecção de palestra, tábua de barbeiros, exibição de vídeos e banner na única escola do povoado, a Escola Municipal Rita Gomes de Sá. O público-alvo foi de 130 alunos do ensino fundamental II, submetidos a um questionário pré-intervenção e pós-intervenção, composto por 15 perguntas sobre a parasitose. Dentre os resultados obtidos, verificou-se que todos os alunos identificaram corretamente o barbeiro após a intervenção. Sobre o que fazer quando encontrar um barbeiro, metade e, posteriormente, 94% alegaram “levar para o posto de saúde”. Após a intervenção, 82% afirmaram contato prévio com o inseto. Aumentou-se o entendimento sobre a cura/tratamento da DC, de 23%, inicialmente, para 88% dos alunos. Cerca de 60% indicaram como uma forma de evitar a doença, “vacinação”. Entretanto, no questionário final, 63% indicaram “aplicando inseticida na casa”. Tais resultados demonstram a capacidade de atividades educativas em saúde para elucidar dúvidas e ofertar maior conhecimento sobre tema específico à determinada população, afetando determinantes de saúde. |