MODELAGEM COMPUTACIONAL DA INFECÇÃO POR Plasmodium falciparum: PERSPECTIVA PARA O ESTUDO IN SILICO DA MALÁRIA |
A malária causada pelo protozoário Plasmodium falciparum é uma doença infecciosa de grande repercussão mundial. Há uma compreensão limitada dos complexos mecanismos imunológicos desencadeados pelo parasita, dificultando o desenvolvimento de novas tecnologias para controle e prevenção da doença. Com isso, o presente trabalho traz a proposta de analisar essa interação hospedeiro-parasita através de simulações computacionais por meio do software AutoSimmune e, então, avaliar sua viabilidade em modelos futuros cada vez mais completos e equiparados à realidade. O AutoSimmune é um sistema que simula interações a nível microscópico através da modelagem de multiagentes, onde cada agente, individualmente, é programado com regras próprias, e interage com outros de forma randômica. O espaço virtual é composto por células, que representam o local que o agente ocupa ou pode ocupar, podendo deslocar-se para uma das oito que estão ao seu redor, e dessas, existe a possibilidade de haver portais, que são comunicações entre diferentes ambientes, os quais permitem o trânsito de agentes circulantes entre as áreas. Foram modelados como agentes os eritrócitos, merozoítos do Plasmodium , macrófagos, anticorpos, linfócitos B e TCD4 em dois ambientes: a circulação sanguínea (intravascular) e o baço. Na circulação, encontram-se os eritrócitos, merozoítos e anticorpos, livres para transitar entre os ambientes caso encontrem um portal, e interagir entre si, como por exemplo, na infecção de hemácias por merozoítos ou na opsonização – de eritrócitos infectados – por anticorpos. No baço, encontram-se os leucócitos, restritos a esse ambiente, interagindo entre si ou com os agentes circulantes. Todo esse processo leva em conta o evento randomizado de encontro entre os agentes específicos, respeitando as regras de locomoção aleatória. A quantidade dos agentes pode ser determinada por dados numéricos baseadas em literatura, ou então, valores arbitrários para testar diferentes hipóteses. Dado o exposto, acredita-se que trabalhos futuros apoiados nesse modelo possam ajudar a compreender interações complexas que ocorrem no organismo infectado, de forma econômica, rápida e livre das questões éticas que envolvem outros experimentos (envolvendo animais, humanos ou não). |