AVALIAÇÃO DA IMUNOGENICIDADE DE CÉLULAS-TRONCO MESENQUIMAIS EXTRAÍDAS DE POLPA DE DENTE HUMANO EM MODELO MURINO DE TUBERCULOSE
LETÍCIA RABELLO BITTENCOURT 1, FABRÍCIO MOREIRA ALMEIDA1, IRINA KERKIS1, ELENA LASSOUNSKAIA1
1. UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, 2. BUTANTÃ - Instituto Butantan
LETICIA.DANTELLO@GMAIL.COM

As células-tronco mesenquimais (CTMs) são células multipotentes, com capacidade de diferenciação em diversas linhagens celulares. Sua capacidade de propagação em cultura e imunoprivilégio, tornam-nas capazes de serem usadas em transplantes alogênicos sem problema de rejeição, como potenciais candidatas ao uso terapêutico para tratamento de doenças inflamatórias, degenerativas e/ou infecciosas crônicas, como a tuberculose. Entretanto, os mecanismos de tolerância imunológica das CTMs ainda não estão bem entendidos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é avaliar a imunogenicidade de células-tronco imaturas de polpa de dente humano (CTIPDh), no modelo de tuberculose em camundongos C57BL/6, infectados com cepas de micobactérias de diferente virulência. Os camundongos foram infectados por via intratraqueal com 100 bacilos de  Mycobacterium tuberculosis. No dia 14 e 21, após a infecção, foram inoculadas intraperitonealmente 2 x 10 5 com CTIPDh (CTM de origem humana, o que caracteriza um transplante xenogênico). Passados 20 dias após a última injeção de CTIPDh, foi realizada uma coleta de sangue dos camundongos e separado o soro para análise de anticorpo contra as CTIPDh, através de teste de ELISA, a fim de analisar a possível resposta humoral produzida contra estas células. Avaliamos também a permanência das CTIPDh nos pulmões dos camundongos por microscopia confocal em 7 e 120 dias após a última injeção das células usando CTIPDh (CTIPDh transformadas, expressando a proteína verde fluorescente - GFP). O resultado demonstrou que os animais que receberam as CTIPDh não apresentavam títulos de anticorpos contra as CTIPDh.   A análise do tecido pulmonar dos animais  demonstrou  a presença  das CTIPDh nos pulmões após 7 dias da última injeção, não exibindo mais a presença das CTIPDh após 120 dias da última injeção. Foi observado também um expressivo recrutamento de células-tronco para o tecido pulmonar nos camundongos infectados com as cepas mais virulentas de micobactérias, quando comparado com cepas de menor virulência, indicando uma quimiotaxia mais acentuada para os locais com maior lesão.  Os resultados nos permitiram concluir que as CTIPDh são capazes de migrar para o pulmão e se enxertar na região de lesão e  não induziram  resposta humoral nos camundongos.



Palavras-chaves:  Células-tronco mesenquimais, Imunogenicidade, Polpa de dente humano, Transplante de células, Tuberculose