SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA EM PETROLINA
NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS
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A sífilis gestacional e congênita tem atenção especial do serviço de epidemiologia, devido às sequelas graves como abortamento, deficiência e óbito infantil. Em todo o Brasil há um crescimento nos casos de sífilis desse de 2010. Esse aumento estar relacionado a uma melhor capacidade investigativa, por outro lado, também, estar relacionado a outros fatores como: assistência ineficiente no pré-natal das gestantes e suas parcerias sexuais; desabastecimento de penicilina no país entre 2013 e 2014; queda do uso do preservativo entre as faixas etárias de 15 a 30 anos; e ao número de unidades básicas insuficientes que aplicam a penicilina. Em 2016 em todo o país foram registrados 37.436 casos de sífilis materna e 20.474 de sífilis congênita. No mesmo ano, o estado de Pernambuco aparece entre as unidades federativas com maior elevação de sífilis congênita, sendo identificado 888 casos de sífilis materna e 1.510 de sífilis congênita. Com o intuito de contribuir com políticas públicas no combate a sífilis. Este trabalho teve como objetivo avaliar a situação e o quadro epidemiológico de sífilis congênita e gestacional na cidade de Petrolina-PE, a partir das notificações existentes no Sistema de Informação de Agravos de Notificação desde o ano de 2007 a 2018. Foram encontradas 565 notificações para sífilis congênita, sendo 415 da zona urbana, 131 da zona rural. Dos casos de sífilis gestacional foram 718 notificações, sendo 513 da zona urbana e 175 da zona rural. Observando a série histórica, Petrolina acompanha o quadro geral de aumento nos casos entre 2013 e 2017, mas ao longo dos anos tem conseguido diminuir as ocorrências de sífilis congênita em relação a gestacional, o que mostra a importância dos cuidados no pré-natal. Os primeiros meses de 2018 apresentam uma prevalência de 30% dos casos na zona rural, tanto para sífilis congênita, quanto para a sífilis gestacional. Em Petrolina boa parte da população reside ou trabalha na zona rural, comunidades, onde historicamente existem menor acesso aos serviços públicos e mais estigmas e tabus sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis do que na zona urbana. Portanto, as ações de prevenção devem levar em consideração as diferenças das comunidades e devem ser direcionadas para um melhor fornecimento da penicilina, tratamento e assistência efetiva no pré-natal para as gestantes e suas parcerias sexuais, assim como, para a população em geral, realizando um maior monitoramento desde o diagnóstico até a cura da sífilis. |