SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA EM PETROLINA NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS
IONÁRIA RÉGIA DE SOUZA 3,1,2, ANDERSON LUIZ ANDRADE3,1,2, FRANCISCA DO CARMO LOPES DOS SANTOS3,1,2, MIGUEL DOS SANTOS NASCIMENTO3,1,2, ELEONILSON FURTADO3,1,2, FRANCISCO JOSÉ DE FREITAS ARAUJO3,1,2, MARIA CILENE FREIRE MENEZES3,1,2, PAULO JOSÉ PEREIRA3,1,2, PEDRO PEREIRA TENÓRIO3,1,2
1. SECSAU - Secretaria Municipal de Saúde de Petrolina-PE, 2. UNIVASF - Universidade do Vale do São Francisco, 3. CTA/SAE - Centro de Testagem e Aconselhamento / Serviço de Atendimento Especializado de ISTs, 4. VIGILÂNCIA E EPIDEMIOLOGIA - Vigilância e Epidemiologia
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A sífilis gestacional e congênita tem atenção especial do serviço de epidemiologia, devido às sequelas graves como abortamento, deficiência e óbito infantil. Em todo o Brasil há um crescimento nos casos de sífilis desse de 2010. Esse aumento estar relacionado a uma melhor capacidade investigativa, por outro lado, também, estar relacionado a outros fatores como: assistência ineficiente no pré-natal das gestantes e suas parcerias sexuais; desabastecimento de penicilina no país entre 2013 e 2014; queda do uso do preservativo entre as faixas etárias de 15 a 30 anos; e ao número de unidades básicas insuficientes que aplicam a penicilina. Em 2016 em todo o país foram registrados 37.436 casos de sífilis materna e 20.474 de sífilis congênita. No mesmo ano, o estado de Pernambuco aparece entre as unidades federativas com maior elevação de sífilis congênita, sendo identificado 888 casos de sífilis materna e 1.510 de sífilis congênita. Com o intuito de contribuir com políticas públicas no combate a sífilis. Este trabalho teve como objetivo avaliar a situação e o quadro epidemiológico de sífilis congênita e gestacional na cidade de Petrolina-PE, a partir das notificações existentes no Sistema de Informação de Agravos de Notificação desde o ano de 2007 a 2018. Foram encontradas 565 notificações para sífilis congênita, sendo 415 da zona urbana, 131 da zona rural. Dos casos de sífilis gestacional foram 718 notificações, sendo 513 da zona urbana e 175 da zona rural. Observando a série histórica, Petrolina acompanha o quadro geral de aumento nos casos entre 2013 e 2017, mas ao longo dos anos tem conseguido diminuir as ocorrências de sífilis congênita em relação a gestacional, o que mostra a importância dos cuidados no pré-natal. Os primeiros meses de 2018 apresentam uma prevalência de 30% dos casos na zona rural, tanto para sífilis congênita, quanto para a sífilis gestacional. Em Petrolina boa parte da população reside ou trabalha na zona rural, comunidades, onde historicamente existem menor acesso aos serviços públicos e mais estigmas e tabus sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis do que na zona urbana. Portanto, as ações de prevenção devem levar em consideração as diferenças das comunidades e devem ser direcionadas para um melhor fornecimento da penicilina, tratamento e assistência efetiva no pré-natal para as gestantes e suas parcerias sexuais, assim como, para a população em geral, realizando um maior monitoramento desde o diagnóstico até a cura da sífilis.



Palavras-chaves:  Congênita, Gestacional, Monitoramento, Prevenção, Sífilis